Transcrição de áudio
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Rodrigo Constantino entrevista Bia Kicis (PSL – SP)

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transcrição de áudio

Rodrigo Constantino entrevista Bia Kicis (PSL – SP) e essa entrevista foi transcrita em nossa base de dados sob o registro [205302] Brasil vive estado policialesco com STF – diz deputada Bia Kicis (32,7 min). A transcrição de áudio foi realizada em estilo literal acadêmico.

Convenções para transcrição de áudio literal acadêmica, informações gerais

No nosso laboratório de transcrição de áudio, produzimos este texto que consiste na anotação da entrevista concedida pela Deputada Federal Bia Kicis a Rodrigo Constantino da Jovem Pan. A Deputada Federal Bia Kicis é do PSL – São Paulo e um dos braços fortes de Jair Bolsonaro dentro do PSL.

Achei interessante trazer o material aqui, já que tenho colhido vídeos de deputados e senadores do PSL que se desentenderam com o Presidente Bolsonaro. Como contraponto, esta entrevista é esclarecedora e merece sua atenção.

Estilo da transcrição de áudio

Chamo esta forma de transcrever de transcrição de áudio acadêmica literal, onde anotarei as ênfases em negrito, estilo tão bem adotado por craques da retórica como Bia Kicis. E, claro, Rodrigo Constantino.

Para ajudar a destacar a importância do negrito adotamos especialmente neste caso grafar os números por extenso, mas em transcrição acadêmica aceitamos também grafia com números arábicos.

Foram mantidas as hesitações e gaguejos assim como palavras incompletas que revelam interrupção da mensagem e reorganização de ideias. Fica mais árido para a leitura, mas certas intenções podem ser inferidas. Farei anotações de rodapé para comentar minha interpretação sobre ênfases vocálicas na técnica que Bia e Rodrigo usam com maestria. Também aproveito para expor algumas contradições que encontrei como alguém atento às ideias contidas no discurso.

Espero que você goste deste experimento, que tem por finalidade enriquecer nosso trabalho de transcrição e ainda contribuir com informações que achamos relevantes para a política brasileira.

Este é o estilo que entrou em vigor em 18 de julho de 2020.

Exemplos de transcrição de áudio

Exemplo de Degravação (transcrição de áudio literal)

Exemplo de transcrição de áudio literal acadêmica

Exemplo de transcrição de áudio editada acadêmica

→ Mais informações em www.transcricoes.com.br

Legenda (resumo das convenções adotadas na transcrição)

  1. palavra… → alongamento vocálico, hesitação ou interrupção de ato de fala.
  2. …palavra → continuação da fala do turno do falante que foi interrompido.
  3. palavra (em negrito) → indica ênfase e/ou silabação
  4. (…) → demonstração de corte de fala considerado não relevante.
  5. [01:46:09] → marcação de tempo [hh:mm:ss](*).
  6. {hipótese} → hipótese de escuta ou fonográfica (o som que conseguimos entender)
  7. (ininteligível) → trecho ou palavra que não conseguimos compreender. Comentários do transcritor como (riso).

(*) A marcação de tempo ocorre a cada troca de turno relevante.

Estatísticas

5.545 palavras transcritas, 32 minutos → 172 palavras/min

(início da transcrição) [00:00:00][1]

Rodrigo Constantino: Olá! Rodrigo Constantino aqui, da Jovem Pan. Eu tenho hoje aqui comigo a deputada Bia Kicis[2]. Tudo bom, Bia? [00:00:06][3]

Bia Kicis: Tudo bom, Rodrigo, prazer tá aqui com você. [00:00:09]

Rodrigo Constantino: O prazer é meu. Eh… vamos lá, eh… deputada, a primeira coisa que eu preciso perguntar pra senhora é o seguinte: existe gabinete do ódio? [00:00:16]

Bia Kicis: (acha graça)[4] Não. Num existe gabinete do ódio, né? Isso é mais uma invenção, mais uma narrativa, né, pra eh… fazer, pra tentar construir o que eles estão construindo, seja no Legislativo, seja no Judiciário, seja na mídia, que é um pelotão de a…[5] de agressão mesmo ao governo eleito, ao Jair Bolsonaro, é um desrespeito ao resultado das urnas. Essa conversa, ela é completamente absurda e não tem o menor se… o menor sentido. [00:00:53]

Rodrigo Constantino: É. E… veja que temos aí até um inquérito em curso, de fake news, que não é um crime tipificado no código penal. Isso já fez com que a Polícia Federal batesse à porta às seis da manhã aí de apoiadores do… do presidente, do governo, né? Eh…[6] e cada vez mais a gente fica preocupado com o grau de arbítrio eh… do lado de lá, né? O presidente chega a suspeitar até de uma espécie de um complô, eh… como é que a senhora tá enxergando isso tudo? O… o…[7] tem gente do sistema – chamemos assim – do establishment, de fato tentando levar isso pro TSE? Eventualmente uma cassa… é uma… eh… cassação da… da chapa vencedora nas urnas? A senhora enxerga isso como uma tentativa de virar no tapetão aquilo que foi perdido nas urnas? [00:01:39]

Bia Kicis: Constantino, eu não só enxergo, como eu não tenho a menor dúvida de que isso existe. Eu hoje, eu… eu vivo uma angústia de… como cidadã, como…[8] Fui procuradora a vida inteira, sempre me pautei, né, pelas leis, pelo respeito ao ordenamento jurídico, e como parlamentar, de enxergar esse um momento mais crítico da nossa democracia. E pode piorar muito ainda, esse que é o pior. A gente sabe que está num momento gravíssimo, e a gente não sabe até onde isso pode nos levar. Então hoje eu enxergo sim, eh… vários atores agindo de forma totalmente articulada, tá? Então nós temos aí no legislativo, né, essa CPMI das Fake News. Isso é uma afronta, isso é uma afronta! Eu estive lá presente várias vezes como vice-líder do governo, ao lado de parlamentares como Felipe Barros, Carol Detoni, Carlos Jordy, todos… Márcio Labre[9], todos brigando ali, eh… de forma firme. Só que não adianta a gente mostrar as verdades, porque a narrativa vence. Porque quem tem o poder não a mão, a máquina, está usando essa narrativa, a… a narrativa deles contra nós. E aí você vê o Supremo entrar nesse jogo com esse inquérito absolutamente inconstitucional, absolutamente ilegal, e agora eles querendo remendar, sendo que legalidade em direto penal, em processo penal, não tem remendo! Não é? Existe aí um ditado de que não existe nulidade sem prejuízo. Nesse caso prejuízo é patente a muitas pessoas que estão tendo suas garantias e direitos individuais fundamentais violados, a Constituição rasgada – e eu sou uma dessas pessoas, daí a minha… eh… eh… indignação mais do que legítima – a… e a gente vê… [00:03:38]

Rodrigo Constantino: Aliás, aliás o ministro queria ter mandado, né – segundo notícias que saíram – a polícia também à casa dos parlamentares, no caso provavelmente bateriam na casa da senhora (acha graça) às seis da manhã. E eu quero lembrar só que a CPMI das fake news considerou a… a Gazeta do Povo – um jornal centenário e sério, né – é como… é parte dessas fake news. O ministro Alexandre de Moraes, naquela peça que ele escreveu ali pra justificar essa ação truculenta e arbitraria, ele levou muito em conta depoimentos do deputado eh… Alexandre Frota[10] [00:04:10]

Bia Kicis: Alexandre Frota.

Rodrigo Constantino: …assim[11] como a Joice Hasselmann. Eu queria que a senhora explicasse um pouquinho como é que anda o relacionamento. A… a deputada Joice saiu, né, do comando do PSL na Câmara. Como é que anda esse relacionamento? Eh… hoje em dia está mais claro pra senhora que era… eh… eh… era necessário implodir eh… dessa forma eh… criar esse racha no partido, uma vez que a ala que ficou chamada de bivarista mostra-se realmente uma das mais opositoras do governo Bolsonaro hoje? [00:04:41]

Bia Kicis: Hoje eles são, pra nós, piores… a Joice é pior do que a Maria do Rosário, o Alexandre Frota é pior do que o Paulo Pimenta, porque a história, ela não costuma ser muito gentil com traidores, não. O papel de traidor realmente é uma coisa muito ruim. E eu acho o seguinte, a esquerda sempre foi a esquerda, a gente já esperava isso deles mesmo, não poderia esperar outra coisa que não fosse eh… essa oposição ferrenha, inclusive com desrespeito aos resultados das urnas, porque essa esquerda nunca respeitou a democracia. Mas quando você tem pessoas que vieram, chegaram até o campo político usando da imagem do Bolsonaro, da proximidade inclusive… inclusive com ele, e que o traíram não só o Bolsonaro, mas todo um projeto dos conservadores, todo um projeto da direita. Dos conservadores e liberais, mas os verdadeiros liberais, Constantino. E como disse o {Feliche Lipermann de Bragança}[12], ele fala: “Não existe conservador que não seja liberal na economia.”, não existe. Então… [00:05:47]

Rodrigo Constantino: A alegação deles vai ser de que a traição veio do presidente, que se afastou de certas bandeiras. Como é que a senhora responderia a essa acusação? [00:05:56]

Bia Kicis: Olha, eu… eu vejo o seguinte. Hoje não dá mais pra gente eh… ficar pensando no passado, de quem era o que, quem fez o que. Nós temos que pensar agora! Esse[13] é o momento crucial em que a gente vê quem está na luta pela democracia e quem está contra, porque a ve… como eu falei no início, tá tão grave, a situação[14], quando a gente vê antifas, pessoas queimando bandeira, e o presidente da Casa diz que queimar bandeira do Brasil é a mesma coisa que gente que empunha uma bandeira, fechar congresso? Gente, nós nunca pagamos ninguém pra ir em manifestação, nós nunca controlamos. É o povo que vai! E se alguém pede pra fechar congresso, intervenção militar, é responsabilidade dessa pessoa, que só tá mostrando o seu desespero. Essas pessoas certamente não estão ali também porque odeiam a democracia. Elas estão pedindo é socorro, porque não sabem mais a quem pedir. Então… [00:06:53]

Rodrigo Constantino: Seria uma espécie… de desabafo, nesse caso? [00:06:54]

Bia Kicis: …é um desabafo! [00:06:56]

Rodrigo Constantino: A senhora não acha que caberia ao presidente… re… ele rechaçou algumas vezes. Mas não caberia talvez falar com mais firmeza contra essas aventuras? Que… que eu consigo entender olhando a configuração atual do Supremo, eu consigo até entender o desespero de alguns que… que leva a este tipo de atitude. Mas eh… a gente tem que defender as instituições. Aliás, a defesa das instituições talvez seja justamente cobrar a retirada por meios institucionais, como o impeachment, de certas figuras que estão lá. Mas a senhora não acha que poderia talvez o presidente fazer essa distinção mais clara para evitar mal entendidos? [00:07:29]

Bia Kicis: Deixa te dizer, Constantino, não tem nada que o presidente faça, ou deixe de fazer, que vai… eh… que vai evitar mal entendidos, porque não são mal entendidos. São ataques, são ataques que são eh… eh… deliberados, de caso pensado, nada acontece à toa. Eu estou com o presidente desde dois mil e catorze. Eu cansei de ver o presidente se recusando a receber intervencionistas no gabinete dele quando deputado. Eu vi intervencionistas convidando o presidente pra ir até o ministro… em frente ao ministério eh… da Defesa no… no dia trint… eh… eh… na… na… no dia trinta e um de março, e o presidente falar: “Eu não vou, que vão tirar uma foto minha lá e vão dizer que eu apoio a intervenção militar”. Cansei de ver. Em frente ao… ao Palácio da Alvorada, outro dia, uma pessoa… um apoiador que estava lá gritou: “Intervenção militar, fecha o Supremo!”, ele falou: “Não fala isso!”, ele ficou brabo. “Não fala isso! Não tem que fechar Supremo”. Agora, o presidente é um democrata, Constantino. E ele respeita a liberdade individual. Ele não tem que se colocar contra o brasileiro que vai lá com uma faixa. Por quê que ele faria isso? Ele não manda nesse brasileiro, ele é só o presidente, ele não é o tutor de cada brasileiro. Nós somos maiores, responsáveis, e nós temos que parar com essa história de querer que o Estado nos tutele. Então eu admiro eh… o… a… a… a… o presidente, eh… a… o apoio incondicional que ele dá aos direitos, garantias e liberdades individuais, que estou… [00:08:57]

Rodrigo Constantino: É. E isso inclusive, naquela fatídica reunião ministerial, que foi tornada pública por uma decisão do ministro Celso de Mello, a pedido do ex-ministro Sérgio Moro – e já-já a gente pode falar um pouquinho dele – mas eh… aquela reunião mostrou ao Brasil, né? Talvez achassem que pode ser um golpe fatal ao presidente, mas mostrou um presidente e seus ministros comprometidos, ainda que entre palavrões, o que afeta mais só almas sensíveis, talvez que não frequentem eh… eh… barzinhos eh… Brasil afora, eh… mostrando o compromisso com as bandeiras que foram vitoriosas nas urnas e com a liberdade. A palavra mais repetida talvez tenha sido liberdade[15]. A senhora acha que foi um… tiro no pé? Um efeito bumerangue de quem achava que a exposição dessa reunião fosse eh… eh… destruir (acha graça) o governo? [00:09:45]

Bia Kicis: Eu não tenho a menor dúvida. E tanto assim que as pessoas que querem derrubar o presi… presidente, estão ficando cada vez mais desesperadas e cometendo eh… atos desatinados, estão rasgando a Constituição e a gente vê ministros do Supremo mentindo. Mentindo! E dizendo que os advogados dos investigados, que nós temos que chamar sim, de perseguidos políticos, que esses advogados estariam também mentindo, fazendo falsas acusações de que não teriam acesso aos autos, fabricando data de despacho retroativo. E o fato é que até agora nós não tivemos acesso aos autos, é por isso que eu ainda não fui depor. Então os atos são atos de total desespero, de pessoas que estão fabricando crimes, nos acusando de crimes, e aí vem o ministro Barroso na CNN dizer que milícias que falam mentiras não têm direito à liberdade, nem liberdade de expressão. Quer dizer, estão criando um crime que não existe, o que pra mim já não é surpresa, porque o Supremo criou o crime da homofobia, e nesse dia eu fiquei desesperada de ver, né, como que o Supremo passa por cima do Legislativo. [00:10:59]

Rodrigo Constantino: É um ativismo… é um ativismo impressionante, né? O supremo quer ser o Poder Legislativo, e às vezes o Executivo, quando por exemplo cancela a… a indicação de um nome pra polícia com pouco embasamento… [00:11:11]

Bia Kicis: Sem ilegalidade, é preciso dizer. Porque antes que comparem aquela decisão do Supremo, do ministro Gilmar, que suspendeu a nomeação do Lula. Ali havia um claro ato de obstrução à Justiça, e aquele ato, ele era ilegal, porque ele… ele… continha desvio de finalidade, que é um pré-requisito de validade do ato jurídico. Nesse caso, o delegado não tem nenhum crime contra si, não tem nenhuma evidência de que o presidente tivesse interferindo na polícia, a não ser a criação eh… no caso aí que o Moro jogou e depois ele mesmo disse: “Não, mas eu não… não… não acusei de crime”, porque sabe que existe crime de denunciação criminosa. Então o que houve ali foi realmente (ininteligível) [00:11:52].

Rodrigo Constantino: Prevaricação também, né, no caso, né, seria prevaricação. [00:11:56]

Bia Kicis: Seria prevaricação se ele tivesse ficado no cargo permitindo que o presi… que o presidente ficasse interferindo na polícia[16]. [00:12:02]

Rodrigo Constantino: Então, estamos falando de um crime-ideia, quer dizer, aquela coisa bem distópica mesmo. Deputada, eh… será que eu estou exagerando, se eu falar que então vivemos numa espécie de Estado policialesco, e o carrasco é o próprio Supremo? [00:12:15]

Bia Kicis: Eu não tenho a menor dúvida disso, não há nenhum exagero. Nós vivemos um momento muito grave em que todos os crimes atribuídos ao presidente Bolsonaro e seus apoiadores são crimes futuros, crimes que não existem, mas que talvez um dia – como disse a… a… a deputada Lídice da Mata, relatora da… da… do… da CPMI das fake news: “Fake news tem que ser crime, nós temos que fazer esse crime!”. E então eh… eh… e ninguém sabe o que é fake news (acha graça), porque na verdade, vamo lá, vamos falar de fake news? O gabinete do ministro Alexandre fez uma fake news quando disse que era mentira que os advogados não tivessem acesso aos autos, que estavam liberados. A CNN fez uma fake news, quando estampou lá no seu vídeo que a minha casa, que eu havia recebido na minha casa visita da Polícia Federal às seis da manhã! Então, fake news, gente, não falta. Só que nós vamos calar as pessoas por causa disso? Então vamos incluir a mídia tradicional também nessa CPMI, no inquérito, e vamos ver se eles vão concordar, ou se eles só querem calar as redes que não querem produzir mentira? O… pro… o perigo das redes não são as mentiras, o perigo das redes são as verdades que elas revelam. [00:13:28]

Rodrigo Constantino: É, expor as mentiras muitas vezes daqueles que tinham o monopólio eh… a hegemonia da narração, né, que da… da… das narrativas políticas que a mídia… a… a senhora citou mídia tradicional, eu… eu lembro que… e já puxando o assunto pra questão das antifas, que você mencionou, eu lembro que eh… Estadão, Folha de São Paulo e Globo chamaram arruaceiros marginais, porque todo mundo sabe que torcida organizada é fichada pela polícia, não pode sequer entrar nos estádios de futebol, chamaram esses bandidos e a turma terrorista da antifa de democratas. Quer dizer, isso, se existe fake news, isso (acha graça) é fake news. Como é que a senhora tá venda essa questão das antifas, que parece um tanto eh… orquestrada em âmbito global. Porque pipocou na Holanda, pipocou em Paris, pipocou nas cidades americanas e em Curitiba, e… e sempre com um pretexto, né, a… a morte do… do George Floyd serviu como faísca, mas morreu pouco depois um policial negro de 77 anos, defendendo propriedades, né, por bandidos, e ninguém lembra nem o nome dele. Como é que a senhora tá vendo essa questão toda do antifa? [00:14:37]

Bia Kicis: Eu vejo com muita preocupação. muita. O caso é gravíssimo, eu acabei de assistir até um documentário dum neozelandês, que eu peço que as pessoas assistam, eu vou compartilhar nas minhas redes sobre a antifa, a origem da antifa e até onde eles podem chegar. São pessoas criminosas, dispostas a matar sem piedade, mas matar mulheres, crianças, idosos, eles não olham nem a quem eles estão eh… matando, vale qualquer um. Basta ver nos Estados Unidos, houve uma senhora negra, que estava em sua loja… – quer dizer, não lembro se ela era negra – era uma senhora que estava na sua loja, ela foi amarrada e depois eh… o… o antifa lá, o terrorista tacou fogo nela. Eu acabei de postar no meu Twitter uma imagem terrível de um policial mexicano também em sua moto, a pessoa chega, joga álcool e atira fogo. [00:15:31]

Rodrigo Constantino: Eu vi.

Bia Kicis: É.

Rodrigo Constantino: Aquilo é chocante. Eh… esse documentário que… que a senhora mencionou é muito bom realmente, ele mostra ali inclusive como os ditos antifascistas, né, eh… na verdade tinham um perfil muito parecido com o que eles atacavam que eram os nazistas, os nacional-socialistas. Tanto que depois muitos se converteram, e… e ficaram conhecidos como os nazibifes, porque eram marrons por fora, mas eh… vermelhos por dentro. Então essa turma que diz que tá combatendo o fascismo e enxerga fascismo num governo como o atual no Brasil, ou em que pese aqui nos Estados Unidos né, tá querendo apenas um… um… um pretexto para justificar atos justamente fascistoides. Como é que a senhora tá enxergando a aproximação de gente que se dizia liberal, e chegou a apoiar eh… o voto pragmático, o voto útil, em Bolsonaro, flertando cada vez mais com essa turma? Eu cito aqui nomes, quer dizer, a gente já falou da deputada Joice e do Alexandre Frota, mas eu vejo movimentos, como o movimento MBL e companhia que vem fazendo grupos de WhatsApp com Alessandro Molon, com Marcelo Freixo, quer dizer, a turma tá desesperada e vale tudo agora pra derrubar o presidente? É disso que se trata? [00:16:47]

Bia Kicis: É disso que se trata. E outro dia eu postei um vídeo da Joice, perguntei: “As pessoas, elas mudam? Ou elas se revelam?”, não é? Então a gente não sabe até que ponto cada aí… cada um ali, né, realmente já tinha isso dentro de seus propósitos desde o início estava eh… mentindo descaradamente? Ou se resolveu passar pra um lado que ele acredita que seja um lado que tenha mais chance de ganhar, porque tem muito isso, os covardes – não é? – eles mudam de lado: “Ah, não posso. Quem parece que tá melhor, mais forte, vou pra lá”. Só que a força do presidente Bolsonaro, ela vem do povo. A gente não pode esquecer disso, ela vem do povo. E o que deixa a gente muito angustiado, preocupado, é ver a máquina sendo usada para destruir o presidente e atacar o povo e a sua vontade. E aí, Constantino, eu quero dizer, muitas vezes as pessoas falam assim: “Ah, quem não deve não teme”, só se for na justiça divina – viu, minha gente? – só se for. Porque se você for pegar e ler um pouco a história, você vai ver quantos e quantos casos, tá, que pessoas absolutamente inocentes, tá, foram condenadas com provas fabricadas, com processos absolutamente tirânicos, sem o devido processo legal. Então, quem não deve teme sim, quando não confia na Justiça do seu país. [00:18:09]

Rodrigo Constantino: Sim. E cabe notar que, mal ou bem, temos eh… muitas críticas críticas em relação a… a mudanças, eh… supostas mudanças de postura do governo, eu quero falar da saída do Sérgio Moro, quero falar da questão da aproximação com o dito centrão, mas eh… um ano e cinco meses de governo, sem nenhum escândalo de corrupção, né? E o próprio presidente Bolsonaro deve ser, talvez, o… O cidadão brasileiro mais eh… eh… escrutinado da história, né? Porque a imprensa eh… eh… evidentemente odeia ele e cata pelo em ovo, a ponto de falar que a ex-mulher diz que ele tinha um perfil talvez um pouco autoritário. Quer dizer, parece realmente um grau de apelo muito grande. Eh… como é que a senhora enxergou a saída do ministro Sérgio Moro? E principalmente a forma como ele saiu? E o que ele vem fazendo depois. Né, deu entrevista pro Fantástico, da rede Globo, que é uma emissora claramente opositora do governo, depois pra Revista Crusoé do grupo O Antagonista, cujos articulistas chamam o presidente de vagabundo e pedem a cabeça e… e prisão dele (acha graça), colocando na conta dele as mortes da pandemia, né, é um negócio bastante esquisito. Eh… e depois vira colunista do Globo, num artigo também que tem a… aquela pinta do famoso isentão, né, eh… tentando acenar ali pra aquela turma eh… eh… que se diz imparcial, mas quando cê vai espremer, gosta mesmo é das bandeiras progressistas. Como é que a senhora enxergou a saída do Moro e a conduta dele até aqui? [00:19:41]

Bia Kicis: Olha, eu confesso que o Moro me enganou, como enganou – eu acho que – (acha graça) a grande maioria dos brasileiros. Eu já sabia que ele era progressista, sabia que ele não era conservador, mas achava uma pessoa cuja honestidade era acima de qualquer suspeita. A… mas a saída dele revelou algo que eu nunca podia imaginar, né, uma frieza eh… e uma deslealdade muito grande. Vamos comparar com a saída do ministro Nelso Teich. Que elegância! Então o homem, ele não ficou no ministério, porque ele não concordou em mudar aquele protocolo do Ministério da Saúde, ok. Ele foi muito honesto e honrado, ele falou: “Presidente, olha, eu não posso mudar”… [00:20:21]

Rodrigo Constantino: E continua prestando consultoria até onde eu sei, pro governo. [00:20:26]

Bia Kicis: Pe… e pediu pra sair, e pediu pra sair rápido, pra não ficar gerando desgaste pro presidente. Em nenhum momento apontou qualquer tipo de dedo ou de palavra dura para o presidente, ou de crítica, agradeceu pela oportunidade de ter ficado e saiu. O Moro fez tudo ao contrário! O Moro saiu atirando e acusando o presidente de crime! Quando ele deu aquela entrevista dele, aquela coletiva, sem sequer ter falado com o presidente, eu assisti, eu fiquei… eu fiquei muito… assim, falei: “Meu Deus, o que… e agora?”, e aí eu escrevi pro presidente, falei: “Presidente, e agora?”, ele falou: “Vou me pronunciar às quatro horas da tarde”, depois alterou pra as cinco. Quando ele falou, ficou muito claro pra mim que o presidente tava falando a verdade, que não havia nada. E o tempo todo, ele falava pra mim: “Bia, eu não temo nada.”, que eu ficava preocupada, antes do Moro sair, algumas vezes eu conversei isso com o presidente, e ele falava o seguinte: “Desde setembro eu já sabia quem era o Moro. Desde setembro eu sabia qual era os interesses dele. Mas eu não podia demitir, porque… até por causa de vocês mesmo – ele brincava (acha graça) – até por causa de vocês, né, porque achavam que ele era o máximo!”. Mas a gente se preocupava com a queda, a quebra de apoio do presidente caso o Moro saísse. E houve realmente o… o reflexo disso, após as palavras do Moro foi… o que eu recebi de mensagens de pessoas: “Não apoio mais o presidente, acabou, Bia, acabou”, pra depois da entrevista do presidente, as pessoas… a maioria, a grande maioria dessas pessoas se retrataram: “Não, eles diz que o presidente tá certo, continuo com ele e tudo mais. Então esse… [00:21:58]

Rodrigo Constantino: Acho que não só… eh… não só a… a… a… o pronunciamento do presidente, mas a… as atitudes do próprio Moro em seguida. [00:22:04]

Bia Kicis: Bom! No Jornal Nacional… eu acho o seguinte, quando ele mostrou aquele twit – e pra grande maioria do povo – quando ele mostrou aquele twit dele, a troca de mensagem com a Carla Zambelli, eu acho que isso é uma das coisas que mais pegou pras pessoas comuns, porque se trata, a pessoa traz assim: “Pôxa, mas ele… eh… ele foi padrinho de casamento dela agora”, né? Então as pessoas sentiram assim: “Meu Deus! Ó, o nível de deslealdade dessa pessoa, não é só pra o presidente, não é só em questão de política, ele também em relações pessoais[17]”. Então eu acho que a… a… as atitudes dele foram desconstruindo a tal biografia que ele tanto queria preservar, e eu cheguei a dizer que eu nunca vi um caso como esse de uma pessoa que tinha o mundo aos seus pés, era idolatrado pelo Brasil inteiro – tirando os petistas óbvio – eh… e ele era ido… idolatrado, e inclusive tido como homem dos… eh… uma das cinquenta personalidades do século, isso e aquilo – não é? – e ele conseguiu jogar a sua biografia na lama, fez isso com as próprias mãos. [00:23:05]

Rodrigo Constantino: Se desgastando… [00:23:06]

Bia Kicis: Ou das mãos da mulher dele[18], muitos dizem, né?

Rodrigo Constantino: É. E… e o Mandetta nessa história também saiu politizando tudo, né? candidatíssimo em 2022. [00:23:17]

Bia Kicis: É. E hoje, Constantino, a gente está acompanho aí a evolução dos estudos, eh… com relação ao covid dezenove , o tratamento com a cloroquina, a questão do isolamento, e o que a gente sabe é que as medidas que foram tomadas lá atrás, foram sem nenhum… nenhuma base científica, nenhuma. E o presidente sendo acusado de virar as costas pra ciência, o Barroso dizer: “Quem mandar aqui é a ciência! É a OMS!”, olha que absurdo! Afrontando inclusive a soberania do país, eu não sei como é que as pessoas podem aceitar uma coisa dessas, achar que isso é função de ministro do Supremo! Então, quando agora a gente tá acompanho, lockdown sendo já considerado por muitos aí o maior erro, o maior desastre no tratamento do covid dezenove, a cloroquina voltando aí à baila, a OMS tendo que se curvar às evidências, aos fatos, não é? Eh… e o presidente sendo acusado de ter sido o único que lutou a favor de salvar vidas, e a favor inclusive de lutar pelos empregos, pelas pessoas mais pobres. Eu, agora, vou começar a ser mais ácida nos meus comentários, eu quero que peçam desculpas, não quero só que venham com mimi… “Ah, então cê… ah, ele tá mudando, tá”… Não! Vocês tem que pedir desculpas porque vocês criticaram de genocida, o presidente da república, chamaram a mim também de tresloucada, deputada tresloucada que apoia. Olha, eu sempre fui uma pessoa muito séria, jamais passaria a mão na cabeça de qualquer crime se por ventura o presidente da república eh… viesse a cometer. Mas você… deu pra ver ontem a entrevista dele, a fala dele aí na porta do Planalto? rindo porque invadiram os dados dele, gente, rindo! Falando: “Pode invadir tudo! Pode invadir porque eu não tenho o que esconder!”, qualquer um fica possesso, louco da vida de ter os seus dados invadidos e quebrado a seu a intimidade, suas contas colocadas. Qualquer um, porque é direito nosso, a nossa privacidade. E o presidente ri, debocha e ainda fala: “Ah lá, hein? Fala se a minha mulher tá gastando muito no cartão[19]”, sabe? Brincadeira, negócio desse. A esquerda e essa new left, como se diz, fica louca! E tem que ficar louca, Constantino, tem que ficar louca, sabe, com as atitudes do presidente. [00:25:37]

Rodrigo Constantino: E integridade. O… eu conheço um empresário, um grande empresário que tentou eh… doar, dar dinheiro eh… para a campanha, e o… e o Bolsonaro rejeitou, né, disse que… [00:25:49]

Bia Kicis: Eu também conheço, viu? Também conheço. [00:25:50]

Rodrigo Constantino: Eh… deixa te fazer uma pergunta, deputada. E o Paulo Guedes, ponta firme então? Eh… defensor de uma agenda virtuosa, que teve que ser adaptada à nova realidade da pandemia, vem usando uma metáfora muito impactante de “saímos do trilho pra apagar um incêndio, mas temos que voltar pro trilho”, e ao mesmo tempo o governo tendo que, por vários motivos, governabilidade sendo um deles, e talvez se blindar contra golpistas que flertam com o impeachment, sendo outro, eh… se aproximando do tal centrão. Como é que fica o governo daqui pra frente, pós-pandemia, na sua opinião? [00:26:23]

Bia Kicis: É, eu vou dizer o seguinte, Constantino. Sou muito fã do Paulo Guedes, do ministro Paulo Gudes, acho que ele tá corretíssimo. Vi como foi duro pra ele ter que se adaptar a esse momento, ele que tinha todo um plano traçado, né, que tava salvando a economia do país, conseguiu fazer uma reforma da previdência fantástica, e de repente ver todas astoda essa economia projetada indo… assim, tendo que ser usado pra… eh… apagar toda essa… essa fogueira, todo esse incêndio, e o que doi é a gente ver que esse dinheiro tá indo pra mão de pessoas inescrupulosas, que não estão usando pra salvar vidas, mas pra super faturar, pra desviar, se lixando pra população e querendo roubar tudo aquilo que o governo austero do presidente Bolsonaro impediu que eles roubassem, esse é um ponto. Eh… eu até como parlamentar, eh… já não tô tão disposta a votar, liberando geral – sabe? – pra governador e prefeitos, não. Porque lamen… [00:27:27]

Rodrigo Constantino: Pode tá alimentando o covidão, né… [00:27:30]

Bia Kicis: Exatamente. [00:27:30]

Rodrigo Constantino: …pode tá alimentando o covidão. [00:27:31]

Bia Kicis: Exatamente. É, já não tô tão disposta, porque tô vendo na realidade o que está acontecendo. É muito triste, que eu quero inclusive é aprovar leis que sejam muito duras pra pessoas que desviam dinheiro da saúde em momentos como este, pandemia coisas desse tipo. Eu quero aprovar uma lei que endureça muito isso daí. Eh… e com relação ao centrão, eu te digo o seguinte, eh… eu acho… o presidente, ele impôs eh… uma… uma forma de… lidar com o congresso, em primeiro lugar rompendo, não é só com o toma lá, dá cá. Toma lá, dá cá é fichinha, o executivo antes comprava o parlamento. Simplesmente anulava um poder! Então os presidentes que antecederam o presidente Bolsonaro desprezavam a democracia, desprezavam o congresso. E uma das razões de eu me candidatar, é tentar resgatar esse respeito e autoridade do parlamento que, em última análise, é autoridade do povo, porque nós representamos o povo. Cê não tem ideia da quantidade de projetos que eu já fiz pra criminalizar o ativismo judicial, por exemplo, como o crime de responsabilidade, pra botar limites na… eh… na atuação do supremo, que não é de acordo com a Constituição, por exemplo, dizendo que o supremo não pode criar crime! Eu não precisaria de uma lei pra dizer isso, mas já que eles criam, quem sabe uma lei pra a gente botar na cara deles que eles não podem criar tipos penais. Então a… é uma luta muito grande. E a gente sofre vendo que por falta desse… desse… eh… recurso, muitos parlamentares se recusavam a votar matérias importantíssimas pro Brasil. Isso deixa a gente realmente muito, muito eh… eh… triste dentro do parlamento. Mas existem muitas pessoas boas. E o fato é que existe um sistema e existem lideranças. Então o presidente agora se aproximou dos líderes dos chamado centrão, falou: “Ok, vamos con… vamos conversar – né – o que é que vocês precisam pra votar conosco?”, veja bem, não é dinheiro, não é caixa dois. O pessoal tá dizendo: “Ah, deu emenda”, sim. Mas emenda faz parte do jogo, nós, parlamentares, a gente tem direito a emendas. O importante é fiscalizar pra que a emenda chegue na ponta. Esses dias eu festejei que o instituto, o IFD de Brasília, recebeu cem mil reais que eu mandei, e tá montando ali eh… uma… eh… eh… eh… uma incubadeira… uma incubadora… de… de empresas, tá? Pra pessoa que quer montar um pequeno salão, um comércio. Então coisas desse tipo. Eh… então, gente, o fato do presidente chamar e falar: “Não, vamos dar as emendas que vocês precisam, vamos dar”… o presidente mesmo, ele não distribui nenhum cargo, ele não cuida disso. Ele com… abriu o diálogo com o pessoal. E aí, o ministro Ramos, que cuida dessa parte, “Ah, tem um cargo aqui, tem ali”, que antes eram ocupados por petistas, gente. Vamos abrir os olhos! Era gente do PT que estava nesses cargos! Porque nós mesmos, da base do governo, a gente não botou ninguém em cargo nenhum, porque o presidente nunca quis fazer essa coisa de entregar cargos. Então ficou, a cargo é de outras pessoas, da Joice Hasselmann, por exemplo, tá, e aí as pessoas que ficaram nos cargos, ou já eram mesmo do centrão, ou eram do PT. Então estão trocando algumas pessoas hoje, mas o presidente tem dito o seguinte: se tiver roubo, se tiver desvio, a pessoa está fora! E botou a CGU pra controlar cada centavo! E se digo uma coisa, agora como parlamentar, tô achando um alívio abrir votação de medida provisória e o pessoal votar. Porque antes o que havia era uma desgraça: você ser governo, não ser minoria e ver que nada ia pra frente porque havia, sim, esse boicote. Então eu te digo, eu… como parlamentar tô muito mais tranquila agora pra votar, porque sei que votarão o que interessa pro Brasil. [00:31:22]

Rodrigo Constantino: É uma espécie de mal necessário, então essa… essa espécie de união ou parceria? (acha graça) [00:31:27]

Bia Kicis: Não dá pra fazer diferente… a… [00:31:29]

Rodrigo Constantino: É isso, isso. Pra isso que foi eleito… (acha graça) [00:31:31]

Bia Kicis: …até… até que a gente… até que a gente consiga mudar e ter realmente maioria no congresso, e até mudar esse sistema, porque hoje o sistema, nós temos um sistema em que os eh… aquelas pessoas que recebem mais votos não são eleitas. [00:31:45]

Rodrigo Constantino: É. [00:31:48]

Bia Kicis: No meu com aso, por exemplo, meu caso por exemplo, eu tive seis por cento dos votos (ininteligível) [00:31:54], porque equivaleria em São Paulo a um milhão e duzentos mil votos, mais do que a Joice[20], que fica aí se achando a… a… a… a beleza, né, da última Coca-Cola do deserto. Só que eu só consegui entrar, porque os outros partidos não conseguiram eleger tanto os seus candidatos que atingiram a cláusula de barreira. Aí, eles tiveram que começar a chamar os mais votados, mesmo sem o partido ter atingido a cláusula de barreira. Então esse sistema, ele é errado! O Rodrigo Maia foi eleito com setenta mil votos! [00:32:21]

Rodrigo Constantino: Entendi. [00:32:22]

Bia Kicis: Teve candidato no Rio com mais de cento e cinquenta mil votos que não foi eleito. Então, nós temos que ter um… repensar isso daí. [00:32:27]

Rodrigo Constantino: É isso aí. Muito obrigado deputada Bia Kicis, foi um prazer. Boa sorte aí, espero que as reformas da agenda virtuosa, vencedora nas urnas, sejam aprovadas. (riso) [00:32:40]

Bia Kicis: Muito obrigada, um abraço pra todos.

(fim da transcrição) [00:32:42]


[1] [00:00:00] é marcação de tempo em hora, minuto e segundo. Aparece no início da transcrição e a cada troca de turno de fala.

[2] A ênfase ocorre para destacar o nome do entrevistado. As ênfases podem ser por um tom mais alto na vocalização, silabação e fala mais pausada. Em todos esses casos adotamos a grafia usando o negrito.

[3] Idem

[4] (palavras entre parênteses) é o que chamamos de “comentários do transcritor”. Pode ser a anotação de uma tosse ou aplauso ou estalo de dedos ou ainda estados emocionais visíveis. Tosses e pigarros são interessantes para ajudar cineastas na edição de imagens.

[5] Hesitação, gaguejamento e palavras interrompidas são representado por “…”.

[6] Hesitação com alongamento vocálilco, a Polícia Federal anota “é…”.

[7] Gaguejamento, quantos ocorrerem.

[8] Reticências indicando descontinuidade do discurso e nova sentença, nova ideia.

[9] Nomes de figuras públilcas podem ser pesquisados – e devem ser pesquisados – pelos mecanismos de busca da internet como Google, Bing e outros.

[10] Falante foi interrompido, abre-se novo turno de fala com a Bia e retoma-se a palavra de Constantino com “…” aparecendo antes da primeira palavra seguinte grudado à palavra, conforme transcrição da Polícia Federal..

[11] Ver observação anterior.

[12] {palavra} Bia Kicis se refere a Feliche, então grafamos ((feliche entre chaves para mostrar que é apenas uma hipótese de escuta. As chaves são usadas para ajudar o leitor quando o transcritor não conhece uma palavra estrangeira, por exemplo, e anota as sílabas que ouviu. Não é considerado erro de transcrição.

[13] Aqui ocorre um momento genial da conversa. Não tem a ver com transcrição, mas o leitor pode reparar que Bia se atrapalha na hora de construir a frase. Repare no gaguejo “eu… .eu” e na hesitação logo a seguir. Ela responde à pergunta de Rodrigo Constantino que lançou a questão que a incomoda. Aí sobe o tom de voz exatamente aqui, em “Esse”. E então confirma que Jair Bolsonaro quebrou suas promessas de campanha! Muito interessante essa técnica de subir o tom de voz e o jogar a culpa em quem se afastou de Jair Bolsonaro pela quebra de promessas de campanha. Voltaremos ao assunto mais tarde.

[14] Nesse momento começa a cortina de fumaça: fala sobre diversos assuntos um atrás do outro, fatos marcantes e recentes, em tom mais alto, remete-se à situação internacional e magistralmente foge da pergunta de Constantino, que não insiste mais na questão. Ele percebe o desconforto de Bia Kicis e muda de assunto. É uma alegria ser entrevistado por apoiadores. E isso a Globo também faz muito bem.

[15] A palavra liberdade foi usada 20 vezes na reunião referida por Constantino.Já dinheiro foi repetida 24 vezes. As palavras relevantes mais citadas foram governo 46, problema 36, banco 29, ministério 28, bilhões 24, dinheiro 24, povo 22, milhões 21 e liberdade 20.

[16] Aqui Bia e Rodrigo acusam Moro de traição, mas existe uma contradição: se o Moro não tivesse saído e deixasse o presidente mudar o comando da Polícia Federal Moro seria prevaricador. Mas Sérgio Moro saiu do governo porque Bolsonaro queria mudar a diretoria da Polícia Federal. Então, Moro fez certo em sair e denunciar.

[17] Muito provavelmente Carla  Zambelli não era amiga íntima de Sérgio Moro. Aproximou-se por interesse e o convidou para ser padrinho de casamento por interesse político.Não houve traição de Moro, a traição foi a tentativa de fazer Moro prevaricar com o aceno de uma vaga no Supremo, vaga cobiçadíssima por dez entre dez em Brasília e provavelmente no Brasil .

[18] Bia  se mostra extremamente baixa quando ataca a família de Sérgio Moro, que nada tem a ver com esse caso. Foi golpe baixo.

[19] A imagem da esposa gastadeira. É a imagem que bolsonaristas tem das mulheres¿ Triste momento para o Brasil, e Bia  acha graça e louva isso.

[20] Joice foi citada 7 vezes, a palavra presidente foi falada 57 vezes e Bolsonaro foi falado 17 vezes. A Joice Hasselman, sem ser motivo da entrevista, ocupou frequentemente a pauta como assunto. A briga parece gravel.


Transcricoes

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