Transcrições “The Real Cost” (O Custo Real)
O custo real é um post referente a um filme. Tomamos conhecimento dele através de um trabalho de transcrição de áudio sobre o comportamento de consumidores diferenciados que se importam com o custo real das coisas e leva em consideração o respeito pelo meio ambiente, o que inclui o ar, a água, a terra e o fogo, incluindo os seres vegetais, animais e minerais.
O custo real de cada produto ou serviço.
Existe um custo real escondido atrás de cada produto ou serviço que adquirimos. Esse custo reflete no único planeta conhecido capaz de abrigar vida em um raio de vários anos-luz. Cuidar do único lugar que nos abriga faz sentido, quando sabemos que existem mais estrelas no céu do que todos os grãos de areia de todas as praias do Planeta. Mas nenhum deles está ao nosso alcance, mesmo em milhares de anos de viagem estelar, que seja capaz de suportar o ser humano.
O custo real de uma refeição.
Recentemente meu pai passou a plantar alface hidropônica com um tubo velho, aproveitando garrafas PET. A alface plantada em casa é deliciosa, ela é da variedade mimosa. Sempre tive um pouco de receio de comer salada crua, mas este eu como à vontade. E é diferente, diria mais cremosa, macia e com sabor único.
O custo real de um bife.
Fui indiferente ao sofrimento dos animais em cativeiro e sempre adorei comer carne. Agora, não sei, pesa um pouco na consciência. Estou preferindo saladas e gosto de acelga, cenoura, pepino, cebola… e cada vegetal tem seu sabor e sua textura. Tenho um pouco de receio de comer carne hoje, talvez nem tanto pela saúde, mas mais por me sentir parte de um todo maior.
O custo real The True Cost transcrição de legenda.
Segue então a transcrição das legendas do The True Cost (O custo real – tradução livre). Talvez seja útil no seu trabalho acadêmico (seja doutorado, mestrado, TCC ou mesmo estudantes do segundo ciclo). Versão de transcrição não-comercial sem revisão final, podem haver erros.
((início da transcrição))
[00:00:01]
Andrew Morgan (Director): Enquanto eu crescia, me contaram essa história muito simples sobre a origem das roupas que me vestiam. Me disseram que elas eram feitas em lugares bem distantes por essas “outras pessoas”. E que em algum lugar do mundo essas pessoas precisavam desse trabalho e que existiam pessoas cuidando delas. Então, o melhor que podíamos fazer por elas era comprando mais e mais. Mas há um pequeno problema nessa história, nada disso é verdade.
[00:00:25] ((várias vozes))
Live CNN: Prédio cai em Bangladesh. Um edifício de oito andares sofreu um colapso… causou um desastre em Bangladesh. Centenas de trabalhadores correram em busca de segurança… centenas estão mortos e mais centenas podem estar ainda enterrados vivos… Mais de cem trabalhadores de uma fábrica de roupas foram mortos em um evento infernal durante o fim de semana… matou mais de mil pessoas. Alguns meses antes, um incêndio já havia matado mais de cem trabalhadores.
[00:00:48]
Scott Nova (Executive Director – Worker Righs Consortium): Com os acontecimentos de Rana Plaza temos agro o caso em que três das quatro piores tragédias da história mundial da indústria do vestuário aconteceram no ano passado.
(389 mortos Ali Entrerprises 2012)
(112 mortos Tazreen Fashion 2012)
(1127 mortos em Rana Plaza 2013)
[00:01:01]
Peter Kaufman (Former Sourcing Manager – JC Penney): Eles viajam ao redor do mundo, tentando achar um lugar em que possam produzir as roupas e algumas vezes as condições de trabalho se tornam secundárias, quando o que se quer é deixar o produto pronto pelo menor preço.
[00:01:16]
Luci Siegle (Author e Journalist): A gente está vendo um tráfico de escravos, o que no futuro vai ser considerado como tráfico de escravos. Então, se estamos comprando de forma consistente sem qualquer reconhecimento, sem nenhum problema, eu realmente acho que temos que nos perguntar o que é que estamos fazendo.
[00:01:30]
Neeru Paharia (Assistent Professor – Georgetown University): As pessoas preferem continuar ignorantes. E mesmo que elas realmente se importem sobre algo, como exploração no trabalho nas fábricas, as pessoas fazem um esforço em não se informar sobre a real situação.
[00:01:41]
John Hilary (Executive Director – War on Want): Eu acho que um dos maiores problemas é que as grandes marcas, os grandes varejistas do ocidente, tem sido capazes de terceirizar sua produção, por isso eles terceirizam a responsabilidade.
[00:01:53]
Andrew Morgan (Director): Nos últimos 55 anos, os EUA terceirizaram mais de 98 por cento de sua produto de roupas para países em desenvolvimento.
Gráfico: American Clothing Made in the USA.
1960 90 por cento
1990 50 por cento
2013 2 por cento
O que criou preços incrivelmente baixos, aumentou rapidamente o nível de consumo.
[00:02:05]
Leah Garvin (Founder Factory ‘LA’): Esse consumo de bens é uma resposta à nossa desconexão entre o produto e o fato de que ele está sendo produzido por um ser humano.
[00:02:17]
Lucy Siegle (Author & Journalist): Em vez de duas temporadas por ano, nós temos praticamente temos cinquenta e duas temporadas em um ano. Nós temos algo novo chegando às lojas toda semana. O que o Fast Fashion criou… como um meio que basicamente vender mais produtos.
[00:02:29]
Andrew Morgan (Director): O mundo atualmente consome aproximadamente 80 bilhões de peças de roupa por ano, o que cria uma indústria multitrilhardária conhecida como Fast Fashion. Como nós consumimos mais, estamos usando mais recursos gerando uma quantidade sem precedentes de resíduos. Um americano gera em média 38 quilograma de resíduos têxteis por ano.
[00:02:43]
Safia Minney (CEO – People Tree): Fast Fashion é sobre produzir com pouca preocupação com os trabalhadores que o fazem e pouco respeito ao meio ambiente onde tudo é produzido. E em termos tanto dos recursos quanto dos produtos químicos utilizados em sua produção.
[00:02:57]
Livia Firth (Creative Director – Eco-Age): O modelo de negócios atual é completamente não-sustentável e sem ética, e de qualquer maneira que você o encare, a não ser que se mude esse modelo você não mudará nada.
[00:03:15]
Andrew Morgan (Director): Estou me preparando para fazer sobre algo mais do que apenas um problema. Estou interessado em saber como chegamos à situação atual. E também para onde podemos ir daqui em diante.
[00:03:23]
NI: Quando você tem acesso você tem poder. Porque você se posiciona nos rituais, nos centros de consumo, os centros do capitalismo ocidental.
[00:03:43]
Peter Kaufman (Former sourcing manager – JC Penney): Eu acredito que nós, como cidadãos do mundo, temos uma responsabilidade de nos preocupar com as pessoas que estão fazendo esses produtos e que estamos fazendo essas pessoas sofrerem ao exemplo exigir preços mais baixos.
[00:03:45]
Kohl Crecelius (CEO – Krochet Kids): Nós não podemos controlar o ambiente para o qual escolhemos entrar, mas podemos produzir alguma diferença nele dando um passo para frente para mudá-lo.
((♫))
[00:04:04]
Safia Minney (CEO – People Tree): Nós temos uma grande oportunidade agora em que podemos oferecer uma ferramenta para o desenvolvimento à indústria da moda. Nós podemos pegar comunidades e terminar com a pobreza.
Livia Firth (Creative Director – Eco-Age): Se você é um consumidor ou designer ou uma marca, você ainda é acima de tudo um cidadão e cada um de nós tem o poder de fazer alguma coisa.
[00:04:22]
NI: O momento agora é crucial.
((fim da transcrição))
Wikipedia: The True Cost (em inglês).
Segue um link para download da legenda em português do filme legenda em português do filme The Real Cost (O custo real – tradução livre).