Transcrição ideal, metodologia acadêmica
A transcrição ideal requer três profissionais.
A transcrição ideal ocorreria da seguinte forma, na teoria: dois transcritores se debruçam sobre o mesmo conteúdo de áudio e então produzem cada um a sua versão a um terceiro transcritor, este o mais experiente entre os três em relação ao tema que está sendo tratado.
O terceiro (mediador) vai decidir, analisando os dois trabalhos, onde e quando ocorreu o melhor entendimento e produz sua própria versão, que compartilha com os demais. O comitê assim formado acaba produzindo material de primeira qualidade.
Nesse sentido é necessário que todos sejam envolvidos na formação do comitê.
Viabilidade comercial e a transcrição ideal.
A viabilidade comercial do modelo acima é praticamente inexistente, dado que para cada hora de áudio se gastam 8 horas de trabalho na transcrição. A revisão do comitê envolveria três pessoas por pelo menos três horas de trabalho dos três e mais duas horas na produção do texto final.
Portanto cada hora de áudio teria custado o equivalente a pelo menos 36 horas-homem de trabalho. Remunerando-se por hora técnica algo como 20 reais, o custo de cada hora transcrita 820 reais, o que inviabiliza o quesito custo, a não ser que sejam reuniões de Presidência de grandes empresas envolvendo grandes negócios, onde a transcrição precisa ser mais do que perfeita.
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A transcrição ideal e a transcrição possível.
Principalmente para transcrições de trabalho para mestrados, doutorados e empresariais, é possível se contentar com a ação do transcritor e de seu supervisor final. A supervisão adequada possibilita à transcrição acertos de palavras da ordem de 99,2% (maiores detalhes, clique aqui).
A faixa de acertos no cálculo de Índice de Acuidade tem variado conforme a tabela abaixo (dados reais e estatísticos):
- Transcrição sem revisão: + de 60% (para transcritores experimentados);
- Transcrição com 1a. revisão do transcritor (ouvindo o áudio a velocidade reduzida p/ 67%): + de 70%;
- Transcrição com 2a. revisão do supervisor (ouvindo o áudio a 100%): + de 80%; e
- Supervisor com revisão dupla (3a revisão a 130%): + de 90% de acuidade.
Portanto, cabe ao solicitante, o mais interessado e mais familiarizado com o assunto, a revisão derradeira, onde termos técnicos desconhecidos e erros de palavras referentes a nomes de pessoas e obras, assim como o contexto, podem trazer uma transcrição com grande qualidade.
É importante lembrar que quando o transcritor trabalha sozinho, ele dificilmente faz três revisões de seu próprio trabalho. As revisões são feitas também normalmente em velocidades inadequadas (150%-200%), o que acaba deixando escapar vários detalhes.
Revisão dupla em parte supre a transcrição ideal.
Esse é o valor da revisão dupla. A do transcritor e a do revisor-supervisor. É muito fácil verificar quantas vezes o transcritor revisou e a velocidade com que ele revisou. Deixar de revisar por pressa é uma tentação que se traduz em armadilha, pois transcrições sem devida qualidade levam a empresa a desconsiderar convites para trabalhos diferenciados, tornando-se o profissional apenas “mais um”.
Por hoje é só, amigos.
Até a próxima postagem.
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