Uso de aspas duplas e simples ao transcrever
Tem havido uma necessidade forte de ajustes para uso de aspas duplas e simples pela supervisão. Tratamos de, em nossa metodologia de degravação, transcrever adotando ao máximo as regras gramaticais. No entanto isso às vezes pode não ser bem aceito por pessoas já acostumadas a escrever e ler bastante.
Como remuneramos por qualidade (o número de acertos), cada intervenção do revisor sobre o texto produzido conta pontos para baixo, o que faz cair a renda do transcritor. Para minimizar essa perda de pontos pelo uso específico desses sinais, tentaremos passar as dicas sobre a lógica do uso de aspas simples e duplas.
Uso de aspas duplas e simples
Talvez a maneira mais simples é começar pela exceção, para depois ir para a regra geral. O uso das aspas duplas é o que, neste caso, se constitui em exceção.
Uso de aspas duplas
A grande dica que podemos oferecer é usar as aspas duplas especificamente para representar falas ou pensamentos (são diálogos fantasiados pelo entrevistado). O falante está se referindo a algum diálogo narrado por ele, entre duas pessoas. Mesmo que seja na forma do exemplo abaixo:
Exemplo: E aí eu pensei “uai”, porque o cara disse que era assim e eu achei que estava errado.
Nome de livros, filmes, títulos de teses e artigos
“O Pequeno Príncipe”, “Guerra nas Estrelas”, “Os Simpsons”, “O Capital”, e outros.
Falante disse “entre aspas”. E agora?
Indique que ele disse, transcreva o entre aspas integralmente como foi falado. Não precisa se preocupar em sinalizar com aspas duplas, pois raramente ele fala aonde fechar as aspas. Aí não é necessário ficar tentando adivinhar.
O uso de aspas simples
Citação dentro de um diálogo descrito
Se dentro desse diálogo existe outro diálogo, nesse caso usamos aspas simples.
Exemplo de um diálogo: “Hã? Não entendi”, “Ok. Vamos supor que o fulano disse ‘mas hoje é sexta-feira'”.
Palavras estrangerias
Palavras em latim, muito comuns no meio acadêmico como ‘lato sensu’, ‘stricto sensu’, ‘campus’ e ‘campi’ (plural de ‘campus’ é ‘campi’)..
Palavras em inglês, muito usados ‘pay back’, ‘feedback’, botão ‘play’, ‘playground’, etc.
Palavras consagradas que vem de neologias como internet e e-mail, que já aparecem nessa forma nos dicionários mais recentes e não devem ser sinalizadas por aspas simples.
Nomes estrangeiros não precisam ser sinalizados por aspas simples.
Interjeições
- ‘Nossa’ – interjeição de espanto, contração de “Nossa Senhora”.
- ‘Minha nossa’ – idem, contração de “Minha Nossa Senhora de Aparecida” ou “Minha Nossa Senhora”.
- ‘Pera aí’ – pode ser usado opcional ao “espere aí’.
- ‘Putz’ – para interjeição de espanto.
O xis da questão
Utilizamos aspas simples em variáveis. Por exemplo, o tal xis da questão seria grafado como ‘X’ da questão. Assim, tentamos padronizar. Por exemplo, ‘X’ e ‘Y’ ou ‘A’, ‘B’ e ‘C’. Se estivermos falando XYZ tudo junto, ou Grande ABC, elas aparecem juntas e sem aspas. Isoladamente, com.
Conclusão
Recorrer à gramática formal nos auxilia a transcrever melhor. O uso de aspas duplas e simples na transcrição naturalmente passa a ser um diferencial em nossas produções. Transcrever é isso, um pouco de audição e muito trabalho intelectual. Seguem mais dicas sobre o uso de aspas na transcrição de áudio, sejam elas duplas e simples e outros elementos gramaticais.