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Ricardo Augusto Felício transcrição de áudio

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transcrição de áudio

Ricardo Augusto Felício transcrição de áudio traz entrevista reveladora do climatologista no Programa do Jô. Leia na íntegra a entrevista e tire suas conclusões: o efeito estufa é uma mentira? As calotas polares estão derretendo ou tudo não passa de um ciclo planetário maior?

Ricardo Augusto Felício transcrição de áudio (Jô Soares)

Identificação dos falantes

P1: Jô Soares (entrevistador)

H1: Professor Ricardo Augusto Felício (entrevistado)

Convenções adotadas

  • palavra… = alongamento vocálico, hesitação ou interrupção de ato de fala.
  • … palavra = continuação da fala do turno do falante que foi interrompida.
  • (…) = demonstração de corte de fala considerado não relevante.
  • [01:46:09] = marcação de tempo [hh:mm:ss](*)
  • (hipótese) [00:00:00] = hipótese de escuta ou fonográfica (o som que conseguimos entender)
  • (inint) [00:00:00] = trecho ou palavra que não conseguimos compreender.
  • ((palavra)) = comentários do transcritor.

((início da transcrição))

P1: Hoje nós vamos falar também sobre aquecimento global com um climatologista que fala que o aquecimento é conversa para boi dormir. Eu não sei se o boi prefere dormir na sombra. Eu vou conversar com Ricardo Felício. Venha para cá.

((aplausos))

((música))

 

P1: Você é professor do Departamento de Geografia da USP. E o que é que você estuda? Climatologia. É isso?

H1: Climatologia antártica, do continente antártico há 20 anos.

 

P1: Só do continente antártico?

H1: É. A minha especialidade, mas o resto também, não tem como separar. ((acha graça))

 

P1: [00:01:01] Sim. Não, claro. E você esteve na Antártida algumas vezes?

H1: Duas vezes, já.

 

O aquecimento global carece de prova científica.

P1: [00:01:06] O que é que você acha das teorias de que o aquecimento global está derretendo o gelo do continente?

H1: É. Começa que já nem é uma teoria, é só uma hipótese, então ela não carece de prova científica. E então, esse que é o pior, você está…

 

P1: Não carece?

H1: [00:01:21] Não. Não tem prova científica do aquecimento global. Na verdade são 3 mil anos que essa história já existe. Nossos pesquisadores da equipe da Climageo já foram buscando essa informação. Já se discutiu isso nas ágoras das pólis gregas: se cortasse árvore ia mudar o clima do planeta.

 

P1: Na Grécia Antiga já se discutia?

H1: [00:01:43] É. E no Senado Romano se faria ou não os aquedutos porque ia mudar o clima. E por aí foi, e até hoje nós estamos com essa historinha, a mesma coisa, que o clima vai mudar, que o homem mexe no planeta e não sei o que e não mexe nada.

 

A devastação da Ilha da Páscoa

P1: Mas é engraçado. Tem relatos de uma civilização, não sei se é a inca ou se é asteca, onde eles iam cortando, iam cortando florestas para usar essa madeira inclusive para queimar essa madeira como aquecimento e etc. E quando chegaram às últimas árvores que se acabou com a floresta, que a civilização também começou a cair, a entrar em decadência. Não tem nada a ver uma coisa com a outra? Você destruiu aqui e não tem uma consequência?

H1: [00:02:37] Não, não. Tem que se tomar muito cuidado com isso porque são ações locais e não são ações planetárias. Três quartos…

 

P1: Mas no local funciona.

H1: [00:02:45] Mesmo assim. A alteração é muito pequena. A cidade de São Paulo faz o seu microclima, por exemplo.

 

O discurso circular da alteração do clima global

P1: Sim. Não, eu estou falando…

H1: [00:02:53] E o clima global é outra coisa, mas o discurso desse pessoal é que a cidade altera o clima do planeta. Portanto a cidade tem que se adaptar à mudança do clima que ela mesma fez. Mas espera aí. É raciocínio circular.

 

O ciclo de derretimento e congelamento dos polos

P1: Agora, como é que é? Quer dizer que a água… o gelo não está derretendo lá?

H1: [00:03:12] Não. O gelo derrete e congela de novo. Tem os seus ciclos, isso já é muito conhecido desde o final da Segunda Guerra Mundial. Primeiro que o próprio cenário de guerra era o cenário polar. A gente está acostumado sempre a ver o mundo no planisfério, acha que os Estados Unidos estão do lado de cá e a Rússia está do outro lado e eles vão se matar por mísseis por cima do Atlântico. Não. Eles vão se matar em cima do polo. ((acha graça)) Na verdade eles estão pertinho uns dos outros, não é? Então o conhecimento do gelo na época militar já é muito difundido. Então, o próprio Ano Geofísico Internacional de 1957 até 1958, estendido até 1959, a primeira missão dois americanos foi atravessar o polo e inclusive colocar um submarino nuclear no polo.

 

O clima e o militarismo andam juntos

P1: Sim. Embaixo da calota.

H1: [00:04:01] Isso. Exatamente. Primeiro foi o submarino Nautilus que conseguiu em 1957 atravessar o polo todo. E o submarino Skate, ele conseguiu furar o gelo. Quer dizer, eles já sabiam exatamente onde estão as (polinhas) [00:04:12] que são as aberturas do gelo do Ártico para poder colocar a arma de guerra lá. Então o clima e militarismo estão sempre andando juntos.

 

P1: Tudo.

((risos))

H1: Isso.

 

O nível da água do mar não está subindo

P1: Tudo está andando junto com o militarismo. Como é que é o negócio do nível do mar? Não está subindo ano a ano?

H1: [00:04:30] Não. O nível do mar continua no mesmo lugar.

 

P1: Mas tem essa história?

H1: [00:04:33] Tem essa história também: “ah, se as calotas então derretendo.” Não. Primeiro que se fosse derreter alguma coisa teria que ser a Antártida. Então aí sim, você teria uma elevação do nível considerável. Mas para derreter a Antártida, cá para nós, você tem que ter uma temperatura na Terra uns 20 a 30 graus muito mais elevados.

 

P1: Sim. Mas e a medição do nível do mar? Está subindo? Como é que é?

H1: [00:04:57] Não. Ele tem pequenas variações. Por exemplo, só o El Niño que é um fenômeno completamente natural, varia o mar meio metro. E aí os piores cenários do IPCC que é o Painel Intergovernamental para a Mudança do Clima, o pior cenário deles é 50 centímetros.

 

P1: Em quanto tempo?

H1: [00:05:17] Em cem anos.

 

O nível do mar não sobe desde 1780

P1: Mas não tem uma medição feita pelo capitão Cook?

H1: [00:05:22] Tem.

 

P1: E de quando é?

H1: [00:05:24] Eu acho que é 1780 mais ou menos.

 

P1: E de lá para cá?

H1: [00:05:28] Está no mesmo lugar. O nível do mar está no mesmo lugar.

 

P1: Então. Que alívio você me dá. Nossa.

((risos))

H1: [00:05:36] Não, tem uma situação mais engraçada. Que eu fui fechar a minha conta num banco que se diz sustentável e essas coisas, eu odeio essa história. “Não, mas e o senhor faz o que?”, “eu sou professor de climatologia”, “ah, ((susto)) e o mundo vai acabar?” e eu: “ah, meu Deus”. As pessoas estão assim, apavoradas, “o mundo vai acabar”.

 

O aquecimento global virou bode expiatório para todos os males da humanidade

P1: Não, a Mariana estava preocupadíssima inclusive, ela tampa tudo que é espelho até hoje com medo de ver o reflexo do aquecimento global.

((risos))

H1: [00:06:03] É. O aquecimento global virou o bode expiatório para todos os males da humanidade.

 

A grande mentira do efeito estufa

P1: E falando em aquecimento? E o efeito estufa?

H1: [00:06:16] É. Esse é o pior de todos. Essa é uma física impossível.

 

P1: Ah, eu estou tão contente hoje. Nossa.

((risos))

 

P1: Quer dizer, o mundo terminar em 2012, nem pensar?

H1: [00:06:27] De jeito nenhum.

 

P1: Certo. Então, vamos para o efeito estufa.

H1: [00:06:31] O efeito estufa é a maior falácia científica que existe na história. Primeiro que ele é baseado num conceito científico que não existe. A Terra tem essa temperatura porque ela tem atmosfera, recebe energia do sol, tem uma interação com a atmosfera e por lei dos gases, note, não é uma teoria. É a lei dos gases, pressão, temperatura e volume. Então por causa de ter uma atmosfera nós temos essa temperatura. E aí eu adoro essa discussão assim, que os aquecimentistas que trabalham para o lado do aquecimento global, “não, mas o maior exemplo de que o CO2 realmente acabaria com o planeta Terra é Vênus”. E aí eu falo: “ah, é?”, “é”. “Certo. E qual é a pressão atmosférica na superfície de Vênus?”, “ah, não sei”. “É, são 90 vezes a pressão atmosférica da Terra. Portanto a temperatura lá é de 400 graus na superfície, não é por causa do CO2, é por causa da pressão atmosférica da atmosfera de Vênus”.

 

P1: E Vênus também tem o problema da camisa, não é? Que deve ter uma certa influência.

((risos))

 

O efeito estufa no planeta Terra não existe

P1: Agora, quer dizer que não há o efeito estufa?

H1: [00:07:42] Não. Essa física não existe.

 

P1: Então, o negócio do pum dos carneiros da Nova Zelândia, você já ouviu falar?

H1: [00:07:49] já.

 

P1: Não é? Que é uma quantidade tão absurda de puns que vai causar o “apumcalipse”, que vai estourar com a…

((risos))

 

A camada de ozônio não existe

P1: … Com a famosa camada de ozônio. Como é que é?

H1: [00:08:06] Que não existe, a camada de ozônio é uma coisa que não existe.

 

P1: Não existe?

((risos))

H1: [00:08:10] Não.

 

P1: Meu Deus, que alívio que eu estou hoje.

((risos))

 

P1: Quer dizer que o carneiro pode dar pum à vontade? Eu sei que tem fazendeiro ensinando carneiro a se segurar. Pode soltar?

H1: [00:08:26] A história do ozônio é conhecida como nos cientistas sérios, não esses vendidos “chapa branca” que a gente chama que trabalham para governo, empresas, etc. Cientistas sérios, o próprio pai da coisa é o (Dobson) que no Ano Geofísico Internacional se propôs a ir para a Antártica justamente para saber qual era a variação do ozônio na calota polar. Ele já sabia que o ozônio desaparecia completamente na Antártida. E aí, de lá para cá os caras desaparecem com essas informações e falam que é o seu desodorante que destrói a camada de ozônio.

 

A camada de ozônio é apenas um pretexto para proteger patentes de gases industriais

P1: Nossa. ((silêncio)) Nunca mais eu pego um sujeito fedendo. Que vou brigar com ele: “vai botar um desodorante, canalha”.

H1: [00:09:10] aí, quando você vê o que acontece, é a quebra das patentes dos CFCs, os gases refrigerantes. Então em 87 começa a terminar as patentes, elas começam a se tornar públicas, e você não precisa mais pagar royalties por ela. Então a indústria toda que detém essas patentes lança um substituto chamado HCFC que é um organoclorado como qualquer outro, mas custa, o CFC passa a custar 1,38 dólar o quilo e o outro passa para 38 dólares o quilo. Mas a grande vantagem é que ele não funciona em nenhuma das geladeiras anteriores, ar-condicionado e tudo mais. Então é extremamente sustentável, você tem que vender, jogar tudo fora e comprar tudo novo. Hoje as patentes vencem em 25 anos. Então o discurso agora é que os HCFCs milagrosamente descobriram que ele também faz mal para a camada de ozônio e aquecimento global.

((risos))

 

Os preços dos novos gases refrigerantes são altíssimos e torna todos os equipamentos obsoletos

P1: Que alívio que a gente sente, não é?

H1: [00:10:14] Não, mas o melhor é o preço que vai ser o substituto que as empresas agora falaram que vão garantir que não vai dar mais problema. “Ah, sim?”. 128 dólares o quilo, e também não vão funcionar nos outros equipamentos.

 

P1: É. Eles têm sempre essa jogada, não é?

H1: [00:10:30] É. Se vocês perceberem agora, mas não é só trocar o gás do refrigerante. Parques industriais inteiros tem que ser trocados porque existem sistemas de refrigeração central, caldeiras e tudo mais. Então, se vocês perceberem agora, todos os produtos estão passando a butano de novo. Os CFCs quando eles vieram no final dos anos 1940-50, eles vieram para justamente resolver o problema de explosões em fábricas porque é um gás totalmente inerte, não tem nenhum problema com ele. Então hoje nós estamos voltando para trás, começo do século 20 de novo por uma mentira que é que esse gás destrói a cama de ozônio.

 

P1: Qual é o gás que destrói a camada de ozônio?

H1: [00:11:15] Que a hipótese, é uma hipótese de novo antrópica, que nunca foi provada, é que os CFCs, os gases organofluorclorados conseguem destruir a camada de ozônio.

 

P1: E o butano?

H1: [00:11:25] O butano não.

 

P1: O butano está isento?

H1: [00:11:28] É. Eles ficam lá. Por enquanto, não? Até alguém arrumar algum problema com ele.

 

A estratégica das notícias catastróficas manipuladoras

P1: Tem uma coisa que me chama muito a atenção, Ricardo, é que sempre que você vê o anúncio de um fenômeno astronômico ou a queda de um meteoro, ou um fenômeno geográfico e físico, sempre é assim: “a temperatura chegou a não sei quantos graus, o que não acontecia desde 1920”, “a nevasca que aconteceu esse ano não se via desde 1887”… quer dizer que sempre a anterior, anteriormente…

H1: [00:12:06] Aconteceu alguma coisa parecida.

 

P1: … Teve alguma coisa pior?

H1: [00:12:09] Sim. Nossa, muito pior.

 

P1: Pois é. Então por que essa coisa catastrófica de achar que a próxima será a pior? Se nunca acontece isso?

H1: [00:12:21] Não, os registros paleoclimáticos mostram coisas assim muito piores. Tipo o nível do mar subir 50 metros em 100 anos, a temperatura subir em 50 anos 8 graus. E o pessoal está falando que vai subir meio grau em 100? E isso é piada? Isso é uma piada.

 

P1: Olha, tem gente já querendo fazer pergunta ali na plateia. Quer? Pode fazer.

 

São Paulo da garoa: a garoa voltou

P1: ((plateia)) É, você disse que esse negócio do aquecimento global não tem nada a ver e tal. E assim, o meu pai, muitas pessoas mais velhas que eu conheço dizem que São Paulo na década de 60-70 era tipo conhecida como a terra da garoa que era muito frio. E hoje agora, você pega a época do verão está um baita calor, um calor insuportável. O que você pode explicar sobre isso?

H1: [00:13:10] É. Isso daí é o efeito do clima no local. Então esse não é um efeito global. O caso da garoa, por exemplo, nós tivemos um trabalho científico feito agora em 2009-2010 mostrando que nos últimos três anos ela voltou com a mesma intensidade dos anos 1930-40. Então na verdade também a garoa é um fenômeno cíclico. O que carece hoje em dia é muito a observação. Nós temos pouca observação realmente dos fenômenos climáticos dentro da cidade. A gente até fala que é o clima citadino na verdade. E em geral nós temos também pouca observação. A partir dos anos 90 fechou-se estações meteorológicas no mundo inteiro. O próprio presidente Collor de Mello fechou diversas estações meteorológicas aqui no Brasil também. Então a gente carece bastante de informação meteorológica in loco. Satélites medem, mas sempre tem assim, um problema de método, enfim. Não é uma coisa tão fácil.

 

Não existe influência do desmatamento no clima global

P1: A influência do desmatamento no clima global?

H1: [00:14:15] Não existe. Não. Infelizmente.

((silêncio))

 

P1: Não existe?

H1: [00:14:21] Não.

 

P1: E no clima local?

H1: [00:14:24] Mais ou menos. Uma coisa que as pessoas também não sabem é…

 

A Amazônia não é o pulmão do mundo

P1: A Amazônia então não é o pulmão do mundo?

H1: [00:14:31] Tem que tomar cuidado. Pulmão do mundo, nunca foi. ((risos)) Nunca foi.

((burburinho na plateia))

H1: Essa teoria já foi derrubada nos anos 80. São os oceanos.

 

P1: Mas nem pleura, nada?

H1: [00:14:42] Não, são os oceanos.

((risos))

 

P1: Eu vou continuar aqui com o Ricardo Augusto, mais um bloco com ele porque, meu querido amigo, irmão Juca de Oliveira, tem uma teoria que eu quero colocar aqui para o professor Ricardo para a gente debater. E também eu já vi que tem mais uma pessoa querendo fazer uma pergunta. Então nós vamos abrir o próximo bloco com a pergunta dessa pessoa. Podemos continuar? O que é que vocês acham?

 

P1: ((plateia)) Sim.

 

Os oceanos são o pulmão do mundo

P1: Eu também acho. Vamos lá. Tenho aqui ao meu lado o professor Ricardo Augusto Felício, climatologista. Estamos falando sobre o clima, e a gente fechou o último bloco falando para a minha desolação que a Amazônia não é o pulmão do mundo. E não tem influência? O desmatamento não tem influência no clima?

H1: [00:15:40] Tem que tomar cuidado com isso, porque quando eu falo isso significa que eu estou autorizando a destruir a floresta.

 

P1: Não, de forma alguma. Imagina.

H1: [00:15:47] Não. Mas a gente tem que tomar cuidado, porque o aporte do ambientalismo é esse contra as pessoas que falam, negam a hipótese do aquecimento global. Então mistura tudo dentro de um saco de gatos. “Ah, está vendo? Esse cara está autorizando a destruir a floresta”.

 

Um aquífero de 6 mil quilômetros

P1: Não. A Amazônia está lá não é para ser destruída. Aliás, eu acho que nem é possível destruir a Amazônia que grande parte dela está plantada embaixo, quer dizer, é embaixo da água, para chegar na raiz seria…

H1: [00:16:18] São 6 mil quilômetros desse novo aquífero que descobriram debaixo da Amazônia. Ganha do Aquífero Guarani. Recentemente descoberto.

 

P1: Eu não faço ideia do que seja isso. Mas deve ser importantíssimo.

((risos))

 

P1: Porque 6 mil quilômetros?

((risos))

 

As florestas surgem por causa das chuvas e não o contrário

P1: Haja aquífero. E o negócio da floresta? Da chuva? Como é que é?

H1: [00:16:41] É. Na verdade e assim. A gente tem que entender que quem manda no planeta são os oceanos. E aí, por acaso existem continentes. São três quartos da superfície do planeta com água. Então a maior parte da troca de massa e energia com a atmosfera é feita com os oceanos. Então de vez em quando ficam com pena: “coitadinho dos continentes, aquela coisinha de nada. Joga um pouquinho de água para eles”. Esse jogar um pouquinho de água para eles traz todos os desastres que a gente imagina. A principal entrada de água para os continentes vem na parte tropical que são os ventos alísios, que todo mundo já ouviu falar e estudou na escola um monte de vezes isso daí. O próprio (Köppen) [00:17:22] que é uma das primeiras pessoas que estudou climatologia lá no século 18-19, começando esses estudos, ele falou assim: “mas como é que eu vou estudar o clima? Que a atmosfera é uma coisa invisível, altamente dinâmica e não dá para fazer nada”. Bom, ele conseguiu verificar que a vegetação respondia ao clima. Então ele viu assim: “olha, gozado. Essa parte toda do planeta, salvo algumas exceções regionais, você tem florestas extremamente virtuosas e imensas. E é justamente onde chove bastante, é onde você tem as principais células de trovoadas, os relâmpagos fixam nitrogênio na chuva e, portanto jogam isso na superfície”. Então tem toda uma simbiose entre os fenômenos da atmosfera. Então as florestas, o nome técnico da floresta em inglês, por exemplo, é rainforest. Então, “florestas de chuva”. É, a floresta está lá porque chove e não chove porque tem florestas. Vocês entenderam?

 

O que acontece se a Amazônia desaparecer?

P1: ((acha graça)) É o oposto do que se imagina.

H1: [00:18:22] Se você cortar, vamos supor, vamos fazer um centro hipotético. Já que eles adoram fazer cenários, vamos fazer também. Vamos supor que você tira toda a Amazônia de lá. Tira tudo. E 20 anos depois está tudo nascendo.

 

P1: Mas leva 20 anos.

H1: [00:18:37] 20 anos. Que não é nada na história do planeta. ((acha graça))

 

P1: Não. Nem um pouco. Quem é que queria fazer uma pergunta? Pois não?

 

O Rio Mais 20 trata-se de política colonialista

P1: ((plateia)) Eu sou aluno da USP também, gostaria de saber: o evento Rio Mais 20, que vai vir aqui no Rio de Janeiro que vai discutir sobre essa sustentabilidade, se a ação antrópica não tem tanto a ver assim, ou quase nada a ver com aquecimento global, buraco na camada de ozônio e o efeito estufa, afinal, o que é que eles vão discutir na Rio Mais 20?

H1: [00:19:13] Eles vão discutir como manter as suas colônias na coleira. ((acha graça)) Vamos lá. 1492, chegam aqui e nos convenceram que nós precisávamos de espelhinhos para sobreviver. 1992: Quinhentos anos exatamente, eles vem com a história da Rio. Todo esse negócio do mundo estar acabando e etecetera e tal. Tem os precedentes disso. Então começou com a historinha da camada de ozônio, 1987 se forma o primeiro painel intergovernamental chamado IOTP para a camada de ozônio. 1988 o IPCC que é o painel das mudanças climáticas. 1989 cai o Muro de Berlin. Aí você diz assim: “ah, mas o que tem a ver?”, tem tudo a ver. É o sistema capitalista se expandindo e ao mesmo tempo quando você tem isso, nossa. Metade do efetivo dos cientistas do mundo trabalhavam para a guerra fria. Acabou a mamata. Se você for pegar o histórico desses cientistas que trabalham com aquecimento global hoje, são os mesmos que trabalhavam para todos os desastres atômicos, nucleares e etecetera e tal. Então, o que é que esses cientistas sabiam fazer? Cenários em computadores, programo e faço cenários: “olha, se jogar uma bomba nuclear aqui, faz isso e não o quê”. Eles só trocaram o negócio chamado guerra termonuclear global por aquecimento global.

 

P1: O (Derico) queria te fazer uma pergunta.

 

A agradação à degradação dos oceanos

P1: ((Derico)) É que ele falou do nível do mar e percebe-se não na orla toda, mas em alguns pedaços da orla que o mar está acabando com a… quem mora na beira do mar acabou, não mora mais. Que as avenidas não existem mais. Não é que eles não existem e depois voltam. O mar pegou e acabou, então diminuiu-se a orla. Está se chegando, parece que a orla do Brasil está vindo para cá. Qual é o porquê disso?

H1: [00:21:13] Não. Esse é um fenômeno que já é estudado pela geomorfologia já há muito tempo, chamada então agradação e degradação. Então a gente fala assim, a gente usa a palavra degradação achando: “ah, estamos destruindo o planeta”. Não. O próprio planeta se mexe, vai mudando as suas formas. Então ele também, o mar também faz seus processos de agradação formar praias e degradação, ele também desfaz as praias. Isso é um processo natural também.

 

P1: E quando há um aterro? Essa água vaza em outro lado?

H1: [00:21:45] Não. ((acha graça))

 

P1: Você botou… olha aí, o Alex…

 

P1: ((Alex)) não.

((risos))

 

P1: Foi. Foi você.

((risos))

 

P1: O que é que houve, Alex? Fala.

 

P1: ((Alex)) Aqui nada, senhor Jô. Lá atrás talvez, aqui nada.

((risos))

 

P1: Já está meio tarde, ele está arrumando as coisas para ir embora.

((risos))

 

P1: Eu já não falei para você não fazer isso?

 

P1: ((Alex)) Eu só estou prestando atenção, senhor Jô. Eu nem me mexi aqui.

 

P1: Hein? ((riso)) Não, não se mexeu. Claro. Bom. Desculpa. Essa imagem que eu fiz que é absolutamente infantil de claro, você aterrar aqui, o mar não se expande numa outra direção em algum outro lugar?

H1: [00:22:32] Não. A área é mínima. Não tem como. ((riso))

 

O sol é a fonte de energia mais importante para transformar o planeta

P1: Não tem influência nenhuma?

H1: [00:22:36] Não. A influência, 99 por cento da energia que está na superfície da Terra vem do sol. 99 por cento. 99,99 na verdade. A geotérmica é insignificante em frente ao extrato geográfico.

 

P1: Não, sim. Mas eu digo local. De repente.

H1: [00:22:51] Não. Mesmo assim. Continua não sendo. O sol, por exemplo, todo mundo fala assim “ah, o sol é uma constante”. O Galileu quase foi para a fogueira, que ele começou a achar manchas no sol. E eu acho que o sol não é uma constante. Não é. O sol tem os seus ciclos de alteração, o principal é de 11 anos. Então 11 anos ele vai aumentando a sua atividade e diminuindo. Então mais ou menos 4 subindo e 7 descendo. E também tem outros ciclos de 90 anos, outros ciclos de 200. Então agora, por exemplo, nós estamos entrando num período mais calmo do sol que vai até 2046. Então se vocês estão pensando que vai ter aquecimento global, não. Vai ter na verdade um resfriamento. Já está acontecendo na verdade desde 1998.

 

O sol tem ciclos de alta e baixa atividade, ciclos médios e longos

P1: O que? Um resfriamento?

H1: [00:23:33] Já. As temperaturas na verdade já estão diminuindo.

 

P1: E a influência do sol no nosso clima é total?

H1: [00:23:40] Total. 100 por cento. Aí depois você tem lua, tem um pouco de Júpiter também e Saturno mexendo nos campos gravitacionais. Mas o resto, vai ser o sol no primeiro escalão. O segundo escalão são os vulcões. E aí o pessoal do terceiro escalão são os oceanos.

 

P1: Os vulcões?

H1: [00:23:59] É. Os vulcões.

 

Os vulcões podem esfriar o planeta

P1: Não tem a ver um pouco com a teoria do (Juca) [00:24:05] de repente um aquecimento dessa água que realmente é um grande condutor de aquecer, aquecer e aquecer e “pá”, causar um tsunami?

H1: [00:24:13] Os vulcões tem um problema ao contrário. A resposta deles é negativa que eles jogam cinzas vulcânicas na estratosfera. Seria a segunda principal camada da atmosfera e aí não deixa a energia solar ir para a superfície. Então, quando tem atividade vulcânica em geral, quando assim, intensa, você já tem o próximo verão e inverno mais frios. Krakatoa foi um grande problema. O ano seguinte não teve verão.

 

P1: O vulcão.

H1: [00:24:40] É. Depois que ele entrou em atividade, o ano seguinte não teve verão. De tanta cinza vulcânica que ele jogou na estratosfera.

 

P1: Graças a Deus, nós não temos aqui regiões de grandes vulcões, não. Tem?

H1: [00:24:54] Mas não tem problema. Em qualquer lugar que eles estiverem, eles… ((acha graça)) O chileno agora…

 

P1: Você acha graça nisso? Ele acha graça. Em qualquer lugar.

((risos))

 

P1: O chileno o que?

H1: [00:25:04] O vulcão chileno agora, no final do ano entrou em erupção. Bom, afetou até que os estados do sul, não?

 

P1: Nossa, até agora o Alex estava derrubando coisas lá.

((risos))

 

O El Niño e La Niña

P1: E o El Niño? Você falou do El Niño. Até hoje se fala muito do El Niño.

H1: [00:25:21] O El Niño é um fenômeno bem interessante. Totalmente desconhecido. Muito complicado, é um fenômeno de alta frequência. Ele fica às vezes quatro ou cinco meses, desaparece mais uns 15. É polarizado, tem o El Niño, La Ninã, e às vezes fica meio intermediário, não joga nem para um lado e nem para outro.

 

A oscilação decadal do Pacífico

P1: Tem o La Niña também?

H1: [00:25:39] Tem o La Niña também. E eles também estão atrelados com um outro fenômeno chamado Oscilação Decadal do Pacífico. Esse é um mais longo. E foi descoberto sem querer com a pesca no Pacífico, que os peixes desapareciam durante uma época e depois era uma abundância total de peixe. E aí viram que estava ligado com a temperatura da superfície da água do mar. Então o Pacífico, ele tem uma polaridade de estar mais frio e mais quente muito próxima à oscilação do sol. E tinha que ser. A gente sempre esquece, o Pacífico é um terço do tamanho da Terra. Um terço do tamanho da Terra é o Pacífico.

 

Despedida do professor Ricardo Augusto Felício e Jô Soares

P1: Bom. Eu acho que a gente vai dormir ou mais tranquilo ou mais preocupado depois da conversa aqui com o Ricardo Augusto Felício ((acha graça)) Professor, muito obrigado pela sua presença. Obrigado a todos vocês aqui também. E daqui a pouco a gente volta.

((aplausos))

((fim da transcrição)) [00:26:38]

 


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