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José Nêumanne Pinto: A conexão Queiroz-Bolsonaro

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José Nêumanne Pinto: A conexão Queiroz-Bolsonaro

[207206] A conexão Queiroz-Bolsonaro_HezcctU0uG0 (11,8 min)

(início da transcrição) [00:00:00]

Nêumanne: Olá. Hoje é sexta-feira, 07 de agosto de 2020. Portanto ontem foi na verdade 06 de agosto, e não 06 de julho, como eu disse aqui. Desculpem, ou seja, o dia do aniversário de 75 anos das bombas de Hiroshima e Nagazaki, que acabaram a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) lá no Oriente, que na Europa já tinha acabado em junho (de 1945). [00:00:21]

Veja Nêumanne errar a data, no dia do ozônio

Fabrício Queiroz teve seu sigilo bancário quebrado

Nêumanne: Pois bem, eu vim aqui para falar da sensacional notícia dada pela quebra do sigilo bancário de Fabrício Queiroz pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito que é protagonizado por Flávio Bolsonaro, que era deputado da ALERJ (Assembleia Legislativa de Rio de Janeiro) e deputado estadual do Rio, e acusado de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização de quadrilha, acusado de ser o chefe da quadrilha, e a quebra do sigilo bancário de Fabríco. O Fabrício é o faz-tudo, é o contador, é o motorista, é o segurança, é o caixa! O caixa! O caixa, não o caixa 2, o caixa dez, pelo visto, da famiglia (família em italiano) Bolsonaro. [00:01:08]

Nêumanne: Pois bem. Nessa época, essa quebra mostra, segundo a Revista Crusoé, e que foi confirmado pelo Jornal O Globo, que a dona Michelle Bolsonaro (3ª esposa de Jair Bolsonaro) recebeu R$ 72 mil em sua conta em cheques depositados pelo ex-funcionário entre 2011-2018.

Nêumanne: Em dezembro de 2018, o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiros, o COAF, referentes a 2016-2017, revelou um repasse de R$ 24 mil de Queroz para a primeira dama. Naquela época o Jair Bolsonaro, presidente eleito, inventou uma história, e eu digo que inventou porque agora a quebra do sigilo mostra que é uma história absolutamente fantasiosa, de que ele emprestou um dinheiro para um amigo, e o amigo pagou na conte de Michelle, porque era uma conta conjunta, “é a minha mulher, nós temos confiança mútua”, etc. [00:02:08]

Nêumanne: Na verdade, o empréstimo teria que ter sido bem maior e o presidente não tinha o acesso que os promotores tiveram à conta do Fabrício Queiroz. [00:02:24]

Nêumanne: Foram 21 cheques depositados na conta de Michelle, e ela recebeu de Queiroz 3 cheques de R$ 3 mil em 2011; 6 no mesmo valor em 2012; mais 3 de R$ 3 mil em 2013; em 2016 foram mais 9 depósitos, totalizando R$ 36 mil.

Nêumanne: Segundo a Crusoé, e o Globo confirmou, os cheques foram compensados em 25 de abril, 19-23 de maio, 21 de junho, 13 de julho, 2 em 22 de setembro, 14 de novembro e 22 de dezembro. Além dessas transferências feitas por Queiroz, (…) a mulher do ex-assessor, a Márcia Aguiar, que está como ele em prisão domiciliar neste momento, depositou 4 cheques na conta de Michelle em 2011, no valor de R$ 11 mil. A informação foi da Folha de S.Paulo e também foi confirmada pela Globo. No período da quebra de sigilo, o Queiroz recebeu, segundo as contas aí do Ministério Público, R$ 2 milhões, em 483 depósitos de servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro. [00:03:40]

Nêumanne: Se isso não for truque para esconder a origem do dinheiro, eu quero ser mico de circo, tá certo? Tudo depósito em espécie sem especificação. [00:03:48]

Nêumanne: No total o ex-assessor recebeu R$ 6,2 milhões entre 2007 e 2018, somando seus salários de PM aposentado, de lotado PM emprestado à Assembleia, etc. [00:04:06]

Nêumanne: Agora, com a revelação de que o Alexandre Baldy, que foi preso por corrupção na área de saúde, por ordem do Juiz Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato do Rio, que todo mundo viu a imagem de R$ 90 mil que a Polícia Federal descobriu na casa dele, ficou mais do que evidente que é o melhor jeito de lavar dinheiro de peculato, que é um crime que é cometido por funcionário público que usa dinheiro público para tirar vantagem pessoal, é em dinheiro vivo, guardar dinheiro, como por exemplo Geddel Vieira Lima fez. [00:04:36]

Nêumanne: Agora, o que vale para o aliado de Dória e de Rodrigo Maia também deve valer para a mulher de César, ou melhor, desculpe, a mulher do Jair. [00:04:46]

Jair Bolsonaro não tem R$ 30 mil para pagar perito

Nêumanne: Aliás, a respeito desse empréstimo de Jair, a Thaís Oyama, na sua coluna semanal na UOL, lembrou que um dos advogados do Jair Bolsonaro tinha proposto que ele pagasse a um perito particular R$ 30 mil para que ele fizesse a perícia do Adélio Bispo de Oliveira, que o esfaqueou em Juiz de Fora (durante a campanha presidencial de 2018). Mas o então chefe de gabinete de Bolsonaro, que era presidente eleito, Pedro César Nunes Ferreira Marques de Souza – haja nome! – disse que a renda dele tinha caído muito e ele não tinha esse dinheiro. [00:05:30]

Nêumanne: Aí a Thaís pergunta: “Não tinha dinheiro para pagar o perito, 30 mil? Mas tinha 40 mil para emprestar ao Fabrício? Vamos acreditar, né?”. [00:05:36]

Nêumanne: É o mesmo que acreditar naquela entrevista do primogênito dele, Flávio Bolsonaro, no Globo, né? [00:05:44]

Mais uma frase histórica e lamentável de Jair Bolsonaro

Nêumanne: Bom, falando em Jair Bolsonaro, na live semanal das quintas-feiras, ele lamentou – ora, veja só, lamentou: “Lamento as 100 mil mortes que estão para acontecer de hoje para amanhã no Brasil pela covid-19, mas vamos tocar a vida”, né – um exemplo notável de falta de sensibilidade. E a fala foi transmitida ao vivo no Facebook. [00:06:14]

A troca do decano (ministro mais idoso) do STF

Nêumanne: Eu quero aproveitar toda essa confusão lá do Rio, para falar no episódio da troca do decano do Supremo Tribunal Federal por um ministro a ser indicado pelo Bolsonaro. [00:06:29]

Nêumanne: No editorial do Globo hoje, está escrito que a corrida para a vaga do STF testa instituições, toca num assunto que venho lhe falando aqui, e não é de hoje! É o mercado persa das nomeações para as cortes superiores. [00:06:48]

Nêumanne: E eu anotei aqui umas coisas que eu gostaria de dizer para você, porque são coisas que se referem à fatos que eu já escrevi e fatos que estaoa conheço agora. [00:06:58]

Nêumanne: Márcio Thomaz Bastos anulou a Operação Castelo de Areia, embrião da Lava Jato. Em delação premiada, Antonio Palocci confessou que Márcio Thomaz Bastos prometeu ao César Asfor Rocha, então presidente do STJ, uma promoção para o STF. A Castelo de Areia foi anulada, a promoção não saiu, mas em troca Asfor Rocha recebeu R$ 5 milhões, né? Através dos filhos advogados. Pois é. [00:07:26]

Nêumanne: A promoção do Asfor Rocha falhou porque Dilma Rousseff nomeou Luiz Fux, que era ministro do STJ para o STF. [00:07:36]

Nêumanne: Fux não economizou, pediu ajuda para Delfim Neto, Sérgio Cabral e Antônio Palocci. Mas o apoio definitivo foi de José Dirceu. Fux, numa reunião com José Dirceu, prometeu matar no peito o Mensalão, e assim virou ministro do Supremo. [00:07:52]

Nêumanne: Mas foram os pés de Adriano Anselmo, a riqueza de Sérgio Cabral, que Fux beijou, agradecendo o apoio de seu marido à candidatura dele à Suprema Corte. [00:08:01]

Nêumanne: O governo de Sérgio Cabral foi o zelo e o desvelo nesse mercado persa de indicações de que falei. [00:08:09]

Nêumanne: Régis Fishtner, secretário da Casa Civil de 2007 a 2014 no governo Sérgio Cabral, indicou para o STF o seu cunhado Marco Aurélio Bellize, causando a separação do casal Sérgio Cabral e Adriana Anselmo, porque ela queria indicar o seu sócio para o STJ. [00:08:23]

Nêumanne: Esse episódio está bem contado no meu artigo “Olha a Lava Toga aí, gente“, de fevereiro de 2019, ainda no meu blog, para quem quiser reler, basta procurar lá no blog. (…) [00:08:51]

Os candidatos pretendentes ao STF

Nêumanne: No governo de Bolsonaro, esse mercado persa está mais atual do que nunca! Vamos aos candidatos. [00:08:56]

Nêumanne: Sérgio Moro era forte candidato, perdeu a indicação porque não admitiu interferência da Polícia Federal que estava no pé do Flávio. [00:09:04]

Nêumanne: Atualmente concorrendo para uma vaga no Supremo, temos:

O atual ministro da Justiça, André Mendonça, que aceitou a interferência na PF para proteger Flávio Bolsonaro, e que é um sabujo, como disse muito bem o Cláudio Dantas, ao comentar o meu artigo de ontem no Estadão a respeito da que André Mendonça deposita no carreirismo, puxando o saco de Lula, de Toffoli e Bolsonaro o mesmo tempo. O pastor André Mendonça serve a três senhores, eu de fato tenho no título do artigo, citando uma parábola do evangelista São Mateus. [00:09:45]

Nêumanne: Pois bem, mas aparecem candidatos fortes. O Augusto Aras, por seus ataques à Lava Jato, porque virou um despachante do Bolsonaro no Ministério Público Federal. E isso aí, ele prestou o mesmo serviço ao Bolsonaro, enfraquecendo Sérgio Moro, que deve ser um candidato forte para chegar o 2º turno, e aí para enfrentar o Bolsonaro para valer, e não o PT, porque ele prefere o Lula, é claro. [00:10:13]

Nêumanne: Além de João Otávio de Noronha, presidente do STJ, que mandou para a prisão domiciliar Fabrício Queiroz e a mulher, Márcia Aguiar, fornecedores de um bom dinheirinho na conta de Michelle Bolsonaro. [00:10:31]

Nêumanne: Um outro concorrente entrou agora, essa semana. Marcelo Bretas, o juiz da Lava Jato do Rio, que mandou prender Alexandre Baldy, ex-ministro das Cidades de Michel Temer, e ex-secretário de transportes metropolitanos do governo de João Dória, então candidatíssimo à sucessão de Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal por alguém que o Bolsonaro indicar. [00:11:01]

Nêumanne: Bom, antes de terminar, eu só quero comentar que esse André Mendonça, que eu acabo de citar, ele é um cínico de Primeira, teve a coragem de mentir para o STF, e o STF não vai tomar nenhuma providência? A senhora Carmen Lúcia vai deixar barato isso? Ela manda uma intimação para ele explicar o dossiê e ele diz: “Não, não tem dossiê, não tem explicação a dar”, ao Supremo! Será que ele… comprou a sorte grande e ninguém ficou sabendo, para enfrentar o Supremo desse jeito?

Nêumanne: Pois bem, vou ficando por aqui, Direto ao Assunto, inté! E só a verdade nos salvará!

(fim da transcrição) [00:11:48]


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