Falantes na transcrição de áudio
A representação dos falantes na transcrição de áudio é fundamental para a manutenção de determinado padrão da apresentação de um trabalho. Normalmente teremos entrevistas um para um, mas pode ocorrer variações no número de falantes e também na configuração das situações como audiência pública, assembleia ou ainda sessões de julgamentos em tribunais. Seguem as convenções a serem adotadas pela TRANSCRICOES.com.br.
Identificação dos falantes (até duas pessoas)
Cerca de 80 por cento de nossos trabalhos são entrevistas em ambiente interno com a presença de dois falantes, um pesquisador e um respondente. Podem haver dificuldades quando a gravação for em ambiente externo (normalmente restaurantes ou cafés) ou em ambiente com eco (salas de aula ou sem tratamento acústico), ou ainda em praças ou entrevista de rua. Os pesquisadores serão identificados como “P1:” sejam homens ou mulheres. Os respondentes são identificados como “H1:” ou “F1:” (não esquecer de colocar o número).
P1: Pesquisador(a)
F1: Respondente feminino
H1: Respondente masculino
Reconhecemos a opção sexual do entrevistado
Identificação dos falantes (até quatro pessoas)
Aqui temos que identificar os falantes, pois normalmente é fácil segregar as vozes. A não ser que os entrevistados sejam irmãos gêmeos idênticos (é incrível, até a risada desse pessoal é igual). Mas não se preocupem. Em mais de 2 mil horas de áudios revisados, nunca peguei um caso desses.
P1: Pesquisador(a) principal
P2: 2º pesquisador(a)
F1: Voz feminina
H1: Voz masculina
Identificação dos falantes (grupo focal)
Grupos focais não profissionais (normalmente trabalhos acadêmicos) têm a característica de serem gravações com problemas de qualidade de captação. Envolvem várias pessoas com diferentes timbres de voz e diferentes distâncias. Normalmente ocorre que eles ficam sentados em lugares fixos. Alguns mais distantes podem não estar acostumados a ter suas vozes gravadas e podem não projetar suas vozes adequadamente, mas acho que a maior dificuldade é a sobreposição de vozes. Há também variação no equipamento quando se tenta economizar espaço no gravador ou celular e se grava com compressão do arquivo de áudio de baixa qualidade. Paciência, temos que fazer o nosso serviço. Pode haver necessidade de identificar os falantes, mas normalmente, não. Cuidem especialmente de anotar as sobreposições de vozes onde elas ocorrerem, pois às vezes a chave de uma grande ideia pode estar nessas interações um pouco mais chatinhas e/ou difíceis de transcrever.
P1: Pesquisador(a) principal
P2: 2º pesquisador
F1: Vozes femininas (todas as vozes)
H1: Vozes masculinas (todas as vozes)
(não é necessário diferenciar os falantes em H1, H2, H3, F1, F2, F3, etc. A não ser se solicitado)
Identificação de falantes em reuniões formais (assembleias)
Existem os falantes das reuniões formais, as assembleias de condomínio ou reuniões de conselho de administração ou ainda audiências públicas. As reuniões de conselho de administração e reuniões de audiências públicas (não confundir com sessões de tribunal) são bem gravadas pois ocorrem com microfone ligado. Intervenções fora do microfone já são um pouco complicadas de se ouvir; e se ocorrem muito longe do dispositivo podem tornar a transcrição mais árdua. Já as assembleias de condomínio, elas normalmente são gravadas em situações de conflito (raramente assembleias sem conflito necessitam de transcrição), então o que interessa para registro da fala em uma transcrição são principalmente os momentos de conflito entre condômino e presidente da mesa ou síndico.
P1: Presidente da mesa
P2: Secretário é nomeado na no início da assembleia
P3: Membros da mesa (síndico, advogado, etc.)
F1: Vozes femininas (da assembleia)
H1: Vozes masculinas (da assembleia)
(em caso de tumulto ou intervenções fora do microfone pode haver ocorrência de não-registro)
Identificação de falantes em audiências
Cada áudio contém normalmente a fala do juiz, que chama o falante, no caso o depoente (seja ele réu ou testemunha) confirmando-se a sua identificação e protocolarmente pergunta se a testemunha é amiga ou tem relação de parentesco ou é inimiga de alguma das partes, após o que faz as advertências legais da obrigação de falar a verdade. Chama a promotoria ou o advogado da parte. Depois chama-se o advogado da contraparte. Todos inquirem o depoente (réu ou testemunha) um de cada vez. Pode haver casos de múltipla defesa, então identificamos os advogados de defesa como D1, D2… etc. (é raro, mas pode ocorrer).
Características deste áudio: Varia muito de qualidade, e a depender da gravação, se a gravação for o áudio oficial do tribunal, a qualidade tendo a ser boa, mas já pegamos casos em que a qualidade é sofrível, embora haja empresa contratada para estando fazendo o serviço. Quando é uma gravação da parte interessada, a qualidade do som pode variar mais, normalmente para pior. A principal dificuldade ocorre quando os falantes estão distantes do gravador, ou ainda há pessoas de idade que falam baixo, ou apresentam dicção peculiar, ou o microfone apresenta defeito.
P1: Juiz
P2: Promotoria ou Advogado da Parte
R1: Respondente (réu ou testemunha)
D1: Defesa ou Contraparte
H1: Vozes masculinas (auxiliares do juízo)
F1: Vozes femininas (auxiliares do juízo)
Identificação dos falantes (banca de qualificação)
Neste caso é importante identificar cada um dos falantes. Normalmente o professor-orientador do candidato ao mestrado ou doutorado é o anfitrião e coordena os trabalhos. Fala primeiro, agradece e cumprimenta os presentes e convida o primeiro professor-convidado a comentar o trabalho do candidato à titulação. Cada professor faz bastantes considerações sobre o assunto, a condução teórica e outros aspectos do trabalho. O candidato ao título é representado por “R1:”. É possível ocorrer algum diálogo entre os professores, e o interessante é que o candidato normalmente fala só quando interpelado para justificar algo de sua dissertação, ou ser convidado a opinar ou emitir alguma consideração ou expressar alguma dúvida. Fora isso, a maior parte das falas são dos professores.
P1: Professor-orientador (normalmente preside a mesa)
F1: Professora convidada (primeira a falar)
F2: Professora convidada (segunda a falar)
M1: Professor convidado (primeiro a falar)
M2: Professor convidado (segundo a falar)
R1: Postulante ao título (voz feminina ou masculina)
Finalidade da padronização dos falantes
Utilizamos muito o recurso SUBSTITUIR do Word. Ao se padronizar a apresentação dos falantes na transcrição de áudio, é possível colar a produção das frações produzidas por transcritores e com isso ajustar rapidamente o trabalho para entrega. Este é o aspecto mais prático da padronização de apresentação de falantes.