Cuidado com suas gravações para transcrição de áudio
Cuidado com suas gravações para transcrição de áudio. Teve caso de cair café em cima do gravador, teve caso de cair água, teve caso de o gravador não funcionar, teve caso de o celular ser roubado, vários outros. Saiba mais.
O gravador não funcionou. E agora?
Parece simples, mas não é trivial. Outro dia ouvi numa entrevista que aquele pesquisador estava levando quatro gravadores e deixou as quatro ligadas na captação do falante. Depois ele relatou que ouvia todas as versões e mandava a melhor para eu transcrever. Talvez é a pessoa que manda as melhores gravações, é doutoranda em Sociologia.
De outra feita, uma instituição de pesquisa da área da saúde me enviou duas gravações. Uma delas estava ruim, mas nem percebi direito, por distração fiquei com a ruim. Quando comuniquei o estado da gravação e pedi orientação, eles me falaram que no diretório deles havia duas gravações feitas em pontos da sala diferentes e que eu deveria me concentrar em um arquivo determinado e desprezar a outra. Que vexame.
Quem tem gravador um pode ficar sem nenhum
Assim diz o ditado, “quem tem dois tem um”. Certo pesquisador me relatou que entrevistou uma importante personagem, foi uma entrevista muito difícil de conseguir, e o gravador não gravou. E uns poucos dias depois dessa entrevista, o entrevistado faleceu repentinamente de desastre. Era alguém que era do estrangeiro, a pessoa aproveitou que estava de passagem naquele país e foi marcada a entrevista, que aconteceu. Mas a transcrição não aconteceu pois foi impossível, o gravador não gravou.
Outro pesquisador me informou que gravou e mantinha em seu celular algumas entrevistas para transcrever mas não tinha ainda transferido para o notebook. E o celular foi roubado enquanto se dirigia a uma nova entrevista. Ou será que estava voltando de uma entrevista? Não me lembro direito.
Quem tem dois gravadores tem um
Recentemente uma cliente usou um gravador e o celular. No meio da entrevista o entrevistado perguntou se o gravador estava funcionando mesmo. E aí aconteceu que o gravador não estava gravando, para o assombro do cliente, mas o celular estava. E eu peguei a entrevista que estava no celular para transcrever.
Cuidado com suas gravações
Para tentar ajudar a evitar todas essas ocorrências, imaginei que as seguintes dicas seriam úteis para pesquisadores que trabalham em campo.
Primeiro: Leve pelo menos dois gravadores à entrevista.
Segundo: Verifique o nível de energia das pilhas e leve reserva.
Terceiro: O celular deve estar em modo avião para que não vibre no meio da entrevista.
Quarto: Deixe o celular num bolso e o gravador em outro quando estiver em trânsito (para evitar roubos).
Quinto: Faça backup o quanto antes de sua entrevista. Suba para um Dropbox, para o Google Drive ou ainda utilize um Wetransfer ou Mailbigfile para enviar o arquivo para você mesmo pelo celular via ‘wi-fi’. Vale a pena mandar para você mesmo. Depois faça download em seu notebook. Essa operação poderia ser considerada urgente.
Sexto: Domine totalmente o gravador e seu APP de gravação. Teste com o amigo, com a namorada ou o namorado ou até mesmo o papagaio. Adquira familiaridade com o aparelho.
Acho que essas dicas são úteis, após quatro anos ouvindo causos de todo tipo, fica o nosso toque, porque perder uma transcrição porque a entrevista se perdeu, no mínimo é trágico. Tome cuidado com suas gravações, não deixe para o acaso, às vezes ele conspira contra e podemos perder horas de trabalho.
Outros cuidados com suas gravações podem ser encontradas nos seguintes artigos.
http://transcricoes.com/o-que-e-ouvir-diferenca-do-ouvido-para-o-gravador-de-voz/ – sobre a posição do gravador
Cuidado com suas gravações tem link relacionado ao seguinte post: https://transcricoes.com.br/entrevistas-que-consideramos-boas-para-transcrever/
Até a próxima, amigos.